Sáb, 06 de Dezembro

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Aprovação

TCU aprova com ressalvas contas de 2024 do governo Lula e alerta para renúncias fiscais

Decisão seguiu a recomendação técnica da Corte e apontou fragilidades em áreas como as renúncias de receitas

Tribunal de Contas da União (TCU) identificou nove leis que concederam benefícios tributários sem atender plenamente os requisitos legaisTribunal de Contas da União (TCU) identificou nove leis que concederam benefícios tributários sem atender plenamente os requisitos legais - Foto: Senado Federal/Divulgação

O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou nesta quarta-feira, com ressalvas, as contas do governo federal referentes ao ano de 2024.

A decisão seguiu a recomendação técnica da Corte e apontou fragilidades em áreas como as renúncias de receitas, a execução de emendas parlamentares e a transparência de gastos extraordinários.

Entre os principais pontos de alerta está o avanço das renúncias fiscais, que somaram R$ 563,5 bilhões no ano, o equivalente a 4,89% do PIB e 22,7% da arrecadação federal.

O TCU identificou nove leis que concederam benefícios tributários sem atender plenamente os requisitos legais, incluindo programas como o Perse e incentivos ao setor de semicondutores.

Apesar das ressalvas, o relatório apontou que o governo cumpriu a “Regra de Ouro” — medida constitucional que tem como objetivo evitar que o governo contraia dívidas para despesas correntes —, com uma folga de R$ 76,4 bilhões, e respeitou o limite de investimentos em saúde e educação, conforme determina a constituição.

A análise das contas revelou ainda que o governo terminou 2024 com um déficit primário de R$ 52,1 bilhões, equivalente a 0,44% do PIB, abaixo do limite estabelecido pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) após deduções legais. Já a dívida bruta do governo geral cresceu, passando de 73,8% para 76,5% do PIB.

A inflação pressionada principalmente pelos alimentos, fechou o ano em 4,83%, acima da meta de 3% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, mas dentro do intervalo de tolerância.

A taxa Selic, após quedas ao longo do primeiro semestre, voltou a subir no fim do ano e encerrou em 12,25%.

Essa foi a segunda vez consecutiva que o governo Lula teve as contas aprovadas com ressalvas, situação que se repete com os presidentes desde 2016.

A última rejeição aconteceu em 2015, no governo Dilma Rousseff. A última aprovação sem ressalvas foi registrada em 1999, na gestão Fernando Henrique Cardoso.

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