Tecnologia permite rastrear carne desde a produção até venda
Motivada pela Operação Carne Fraca, empresa apresentou um sistema onde consumidor tenha acesso a informações registradas numa estrutura de dados de blockchain
SÃO PAULO - Imagine chegar a um supermercado ou frigorífico e ter, a partir da leitura de um QR code da embalagem com o seu aparelho celular, todas as informações sobre a carne que está sendo vendida, desde o local onde o boi foi criado até a nutrição, transporte, abate e armazenamento do produto. Motivada pela Operação Carne Fraca, que revelou um esquema em que carnes eram vendidas fora do prazo de validade, misturadas com papelão e até com substâncias cancerígenas, a Logicalis, empresa global de soluções e serviços de tecnologia da informação e comunicação com operações na Europa, apresentou na Futurecom 2017 um sistema que permite a rastreabilidade do produto perecível desde a sua produção até a venda.
A solução, de acordo com a arquiteta de Internet das Coisas (IoT) da Logicalis, Rafaela Mancilha, depende agora da adoção do mercado para chegar até o consumidor. “Hoje já estamos vendo alguns pedacinhos dessas tecnologias sendo integrados em algumas dessas indústrias. O desafio agora é ver essas tecnologias integradas, juntar isso tudo para ter um resultado final grandioso como esse e de benefício para o consumidor”, destacou.
}Chamado de Rota da Carne, o sistema prevê que todas as informações que vão chegar para o consumidor sejam registradas numa estrutura de dados de blockchain (também conhecido como “o protocolo da confiança”), uma tecnologia que visa a descentralização como medida de segurança. “É uma estrutura de dados de consenso distribuído. O fato de ter esse consenso distribuído faz com que as informações sejam seguras e imutáveis. Pra você rasurar ou modificar essa informação você precisa desse consenso distribuído, o que não é fácil. E se você quiser rasurar alguma coisa você precisa modificar todo o histórico. E isso garante uma dificuldade suficiente para que isso não seja mutável. A gente tem todos os registros desses passos desde a criação, passando pela indústria e varejo passando pela tabela de blockchain”, detalhou Rafaela Mancilha.
Sobre os custos da implementação para o mercado, Mancilha garantiu que o investimento termina sendo pago com as otimizações permitidas com a coleta de informações. “Existe alguns ganhos com esse tipo de tecnologia que pagam esse investimento, seja por isenção de multa ou por redução de perda de perecíveis, o mesmo caso de controle da temperatura. É o tipo de solução que conseguiria garantir informações para evitar transtornos desse tipo (do escândalo da carne) tanto de produtores e indústrias quanto para os nossos consumidores”, detalhou.
*A repórter viajou a convite da Accenture

