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Governo de Pernambuco na rota do crescimento sustentável

Agenda adotada pelo governo estadual une o crescimento e a sustentabilidade, atraindo investidores internacionais e fortalecendo a cadeia sucroenergética

Agenda adotada pelo governo estadual une o crescimento e a sustentabilidade, atraindo investidores internacionais e fortalecendo a cadeia sucroenergéticaAgenda adotada pelo governo estadual une o crescimento e a sustentabilidade, atraindo investidores internacionais e fortalecendo a cadeia sucroenergética - Foto: Rafael Medeiros/Porto de Suape

Inserido no debate sobre transição energética global, o Governo de Pernambuco tem adotado uma agenda para unir o crescimento produtivo e o avanço sustentável no intuito de atrair investimentos internacionais, fortalecendo a cadeia sucroenergética. Em meio a isso, o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico (SDEC), Guilherme Cavalcanti, tem fortalecido relações comerciais em busca de parcerias para impulsionar projetos no estado.

Em maio deste ano, Guilherme Cavalcanti, acompanhado do secretário-executivo de Energia da SDEC, Guilherme Sá, e do presidente do Complexo Industrial Portuário de Suape, Armando Monteiro Bisneto, formou uma comitiva para viajar ao Oriente Médio, visitando Catar, Arábia Saudita e Emirados Árabes. A ideia foi apresentar aos investidores estrangeiros os potenciais da região nas áreas de transição energética, logística, infraestrutura portuária e exportação de alimentos.

Guilherme Cavalcanti, secretário de Desenvolvimento Econômico de PernambucoGuilherme Cavalcanti, secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco

“O que teve mais sinergia na nossa conversa foi a prioridade de todo o Golfo Árabe no tema da segurança alimentar. Eles olham para os países que produzem alimentos como potenciais parceiros estratégicos. Conhecem nossa estrutura e sabem que Suape é o próximo grande porto para escoar grãos no Brasil. Em Goiás e Mato Grosso, já se estuda a possibilidade de trazer os grãos para Suape no lugar de esperar 40 dias nos portos do Sul-Sudeste. Conversamos com uma empresa de capital árabe que quer produzir por aqui. Além disso, tratamos com outras duas empresas do setor portuário que estudam a implantação de terminais multicargas e investimentos em ferrovias”, afirmou Cavalcanti. 

ATUALIZAÇÃO
No ano passado, Pernambuco atualizou suas normas ambientais para licenciamento de usinas solares de até 0,5 MW e também reformulou as regras para projetos eólicos com novos requisitos técnicos e sociais. “A ideia é simplificar o trabalho do pequeno produtor. No primeiro semestre de 2025, tivemos 22% de crescimento na geração distribuída em Pernambuco, contra 1% no Nordeste e 4% no Brasil. Se não fosse pelo nosso estado, os dados da região seriam negativos”, observou.

Pernambuco firmou recentemente contrato com duas empresas (European Energy e GoVerde) para instalações de indústrias  de produção de e-metanol do Brasil. Cenário que reforça o papel do estado na transição energética. 

“O setor sucroenergético é estratégico em Pernambuco. A European Energy deu passos firmes na parceria, com o fornecimento do CO2 biogênico, produto resultante da cana-de-açúcar que alimenta a cadeia do novo equipamento. Serão produzidas 100 mil toneladas de e-metanol por ano e 20 mil toneladas de hidrogênio verde. Suape caminha para ser um hub de combustíveis sustentáveis”, ressaltou. 

PROJETOS
O desenvolvimento da ferrovia Transnordestina, obra que visa ligar o interior do Nordeste brasileiro ao Porto de Pecém, no Ceará, e ao Porto de Suape, em Pernambuco, é um dos pontos citados pelo secretário como fundamental para melhorar o escoamento da produção regional. 

“O Tribunal de Contas está analisando a viabilidade econômica do trecho (Salgueiro-Suape), pedindo para a gente demonstrar por qual motivo aquela estrutura é indutora no desenvolvimento econômico. Vamos mostrar que a ferrovia não é só para buscar a carga, mas sim estimular que territórios, que atualmente não conseguem escoar suas produções, passem a produzir”, explicou. 

Em abril de 2021, o Governo de Pernambuco lançou o programa UC Pernambuco, promovido pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas). O objetivo é fortalecer a gestão das Unidades de Conservação (UCs). Existem atualmente 90 no estado, sendo 44 de proteção integral e 46 de uso sustentável, localizadas em 32 municípios, distribuídos no Sertão, Agreste, Zona da Mata e Região Metropolitana do Recife (RMR).

“Estamos realizando o projeto Criando Unidades de Conservação no Semiárido Pernambucano, que tem como objetivo o desenvolvimento de estudos técnicos para a elaboração de propostas de criação de seis Unidades de Conservação no Semiárido Pernambucano, visando a ampliação da proteção do bioma Caatinga”, argumentou o secretário de Meio Ambiente, Sustentabilidade e de Fernando de Noronha (Semas), Daniel Coelho. 

Daniel Coelho, secretário estadual de Meio Ambiente, Sustentabilidade e de Fernando de NoronhaDaniel Coelho, secretário estadual de Meio Ambiente, Sustentabilidade e de Fernando de Noronha

As áreas em estudo totalizam aproximadamente 14.667 hectares, envolvendo 11 municípios do Semiárido: Triunfo, Calumbi e Santa Cruz da Baixa Verde (Serra Carro Quebrado); Carnaíba e Quixaba (Serra da Matinha); Orocó e territorialidade de Parnamirim (Serra dos Almirantes); Santa Maria da Boa Vista, Santa Cruz e Parnamirim (Serra da Siriema); Serra Talhada (Serra Verde) e São José do Belmonte (Serra Comprida).

DESCARBONIZAÇÃO
A iniciativa é realizada em conjunto com a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), com recursos do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, por meio do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO), no contexto do Projeto Estratégias de Conservação, Restauração e Manejo para a Biodiversidade da Caatinga, Pampa e Pantanal (GEF Terrestre), cuja execução do projeto é realizada pelo Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste (CEPAN).

“A política de enfrentamento às mudanças climáticas pode ser traçada por dois caminhos: o da mitigação e o da adaptação. O Plano Estadual de Descarbonização de Pernambuco (PDPE), por exemplo, foi instituído em 2022, pelo Decreto nº 52.458, com 12 medidas para redução das emissões de gases de efeito estufa em quatro eixos temáticos: Energia e Indústria, Transportes, Resíduos e Agricultura, Florestas e Outros Usos da Terra”, frisou. 

 “Iniciamos ainda, em 2025, a elaboração do Plano Estadual de Adaptação e Resiliência Climática, fruto de um convênio com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Ele tem como diretriz a justiça climática, trazendo as populações vulnerabilizadas para o centro do debate. Com conclusão prevista para 2026, o trabalho contará com a realização de oficinas participativas em todas as 12 regiões de desenvolvimento do estado”, completou. 

Crescimento do Governo de PernambucoCrescimento do Governo de Pernambuco

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