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Uma revolução na saúde: construir, ampliar, reformar e equipar

Com 50 objetivos estratégicos estipulados no Plano Estadual de Saúde, o governo de Pernambuco investe R$ 600 milhões na infraestrutura hospitalar estadual

Carreta da Mulher Pernambucana realiza 15 mil mamografias em seu primeiro trimestre de funcionamento Carreta da Mulher Pernambucana realiza 15 mil mamografias em seu primeiro trimestre de funcionamento  - Foto: Divulgação/SES-PE

O Governo do Estado de Pernambuco estabeleceu no Plano Estadual de Saúde (2024-2027), dentre os 50 objetivos estratégicos estipulados, “construir, ampliar, reformar e equipar as unidades de saúde pertencentes ao estado de Pernambuco”.  

A partir de uma série de levantamentos das condições das unidades de saúde nas quatro macrorregiões do estado, a Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES-PE) estabeleceu a meta de melhorar a qualidade de assistência à população por meio da reestruturação física e a compra de novos equipamentos médicos e hospitalares. 

Atualmente, Pernambuco conta com seis grandes hospitais públicos: Restauração (HR); Agamenon Magalhães; Barão de Lucena; Getúlio Vargas; Otávio de Freitas; e Regional do Agreste (Caruaru). Além disso, outros 11 hospitais regionais ajudam a sustentar a rede estadual de saúde. 

Para a secretária estadual de Saúde, Zilda Cavalcanti, a atual gestão enxerga como prioridade cuidar das pessoas da forma mais ampla, encarando os desafios da saúde pública. Dados publicados em setembro de 2025 no Portal da Transparência de Pernambuco listam 29 ações de obras e instalações em execução pela pasta.

“É uma verdadeira revolução que está acontecendo nos hospitais. Tem unidade que está com duas a três reformas simultâneas. Não são somente as reformas da estrutura física, mas também os equipamentos, tudo renovado, além das manutenções”, declara. 

Secretária de Saúde de Pernambuco, Zilda Cavalcanti“Não são somente as reformas da estrutura física, mas também os equipamentos, tudo renovado, além das manutenções, diz Zilda Cavalcanti, Secretária de Saúde de Pernambuco

Uma das inovações do Governo do Estado foi a criação da Secretaria Executiva de Infraestrutura, que desde abril de 2025 trabalha com o olhar voltado exclusivamente para a infraestrutura dos hospitais. Somando todos investimentos em reformas, manutenção, construção de novas unidades e compra de novos equipamentos, afirma o secretário da pasta, Victor Palacio, o valor supera a ordem dos R$ 600 milhões. 

Secretário Executivo de Infraestrutura, Victor Palacio“Temos a previsão de investir em equipamentos médico-hospitalares dos mais diversos: ressonância magnética, tomógrafo, arco cirúrgico, hemodinâmica. São equipamentos necessários para diminuir as filas que antes existiam”, diz o Secretário Executivo de Infraestrutura, Victor Palacio - Foto: Felipe Ribeiro/Folha de Pernambuco

“Tenho certeza que o valor vai ser até maior, porque ainda temos as quatro maternidades - Serra Talhada e Ouricuri, ambas no Sertão, Garanhuns, no Agreste, e Igarassu, na Região Metropolitana do Recife (RMR). E tem também o Hospital Mestre Dominguinhos, em Garanhuns. Então, esse valor deve superar os R$ 600 milhões”, garante Victor Palacio.

Obras
Compreendendo que para toda depreciação no imóvel hospitalar deve haver investimento igual em cuidados para que não haja retroação no seu estado de conservação, o Governo estabeleceu contratos de manutenção. 

“Foram vários anos sem esse cuidado. Somados os contratos dos seis maiores hospitais - R$ 52 milhões por ano -, além dos 11 hospitais regionais - R$ 45 milhões por ano -, já superamos os R$ 90 milhões de reais, isso só com manutenção predial”, diz.

Com tantas demandas a dar conta, a prioridade é realizar reformas e estruturas que tragam benefícios imediatos para a população. 

Maior emergência do Nordeste, o Hospital da Restauração passa por reformas com valores contratados acima dos R$ 34 milhões, tendo como prioridade as obras nos quatro últimos andares. O prazo de conclusão é até agosto de 2026, incluindo também reformas em esquadrias e trocas dos elevadores. 

Já no Hospital Agamenon Magalhães, ainda em estágios iniciais, estão previstas ampliações nas emergências cardiológica, obstétrica e otorrino. A expectativa é adequar o espaço existente para um padrão melhor de qualidade. Além disso, a unidade também deverá ter seus elevadores substituídos.

O Hospital Barão de Lucena possui previsão de mais de R$ 30 milhões em obras, com a ampliação de serviços. Por sua vez, o Hospital Otávio de Freitas, está recebendo R$ 40 milhões, que contemplam a ampliação de um centro de diagnóstico em mais de 8.000 m2, além da reforma dos mais de 15.000 m2 da unidade, que passará a ser a maior em área construída da rede.

No Regional do Agreste, o governo tem a intenção de implantar o novo Hospital de Trauma da região, com mais de R$ 110 milhões previstos em investimentos. O intuito é desafogar o atendimento, que atualmente fica concentrado na Região Metropolitana do Recife. 

Já com relação ao serviço ambulatorial, a expectativa da Secretaria de Saúde é adquirir diversos equipamentos para diminuir as filas de exames e consultas. “Temos a previsão de investir em equipamentos médico-hospitalares dos mais diversos: ressonância magnética, tomógrafo, arco cirúrgico, hemodinâmica. São equipamentos necessários para diminuir as filas que antes existiam”, lista Victor Palacio. 

Cuida PE
Em consonância com esse último objetivo, o programa Cuida PE, em atuação desde março de 2023, funciona com três pilares: a redução das filas de cirurgias eletivas, consultas especializadas e exames de alta complexidade.

A diretora-geral de Articulação Estratégica, Noemy Gomes, disse que a iniciativa começou em curtos passos. Em 2023, o trabalho focou nas cirurgias eletivas e na organização de filas a partir das coletas de dados. Já no ano seguinte, os outros dois pilares foram agregados. 

Contudo, o trabalho ainda não está completo. Conforme a diretora, é necessário também qualificar a lista de oferta, trabalho que é feito em conjunto com os municípios, que são compreendidos como a porta de entrada para o Sistema Único de Saúde (SUS).

Diretora-geral de Articulação Estratégica, Noemy Gomes  Diretora-geral de Articulação Estratégica, Noemy Gomes  - Foto: Arthur Botelho/Folha de Pernambuco

“Sobre os pacientes inseridos no sistema, temos um processo frequente de higienização dessa fila para que tenhamos realmente pacientes com as informações corretas, com a indicação correta do exame, da consulta e da cirurgia”, conta a diretora.

As consultas e exames são realizados por meio de mutirões nas Unidades Pernambucanas de Atenção Especializada (UPAEs) espalhadas pelo estado. Além disso, 24 vans são destinadas a levar os pacientes até as sedes das Gerências Regionais de Saúde do Estado (Geres), onde estão localizadas as unidades especializadas.

Carreta da Mulher 
Em um contexto em que o SUS garantiu recentemente o acesso à mamografia a mulheres de 40 a 49 anos, em Pernambuco o governo do estado lançou o programa Carreta da Mulher Pernambucana, em junho de 2025. A iniciativa  tem como objetivo a prevenção do câncer de colo de útero e de mama, com a oferta de exames especializados e consultas. 

A diretora-geral de Linhas de Cuidado Assistenciais, Ana Paula Lucena, destaca que a ideia é que o equipamento itinerante percorra os 184 municípios do estado. Nos primeiros três meses, o programa superou os 30 mil atendimentos e realizou mais de 15 mil mamografias. 

Diretora-geral de Linhas de Cuidado Assistenciais, Ana Paula Lucena  Diretora-geral de Linhas de Cuidado Assistenciais, Ana Paula Lucena  - Foto: Arthur Botelho/Folha de Pernambuco 

Mais do que exames de prevenção, o programa também tem a proposta de inserir as mulheres atendidas na rede de tratamento, caso necessário, buscando zerar qualquer falta de assistência e dando o encaminhamento para os próximos passos do tratamento. 

“Hoje, as mulheres que têm lesões com forte suspeita de câncer ou que já têm diagnóstico de câncer fechado são examinadas pela carreta. Elas têm os exames precoces e a gente faz dentro de uma linha de navegação de cuidado toda a inserção dessas mulheres na rede de oncologia do estado de Pernambuco. Então elas não ficam perdidas num limbo assistencial”, afirma. 

 

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