Ter, 16 de Dezembro

Logo Folha de Pernambuco
FUTEBOL

Abel Ferreira lembra morte de jogador durante partida em Portugal: "Foi um choque"

Então zagueiro do Vitória de Guimarães, ele enfrentava o Benfica, de Miklós Ferrer, que caiu no gramado após sofrer um mal súbito pouco após receber um cartão amarelo

Jogador do Benfica, Miklós Ferrer caiu no gramado após sofrer um mal súbito pouco depois de receber um cartão amarelo Jogador do Benfica, Miklós Ferrer caiu no gramado após sofrer um mal súbito pouco depois de receber um cartão amarelo  - Foto: Reprodução

A última quinta-feira marcou os vinte anos da morte do atacante Miklós Fehér, então jogador do Benfica, de Portugal. Naquele 25 de janeiro de 2004, do outro lado gramado, atuando pelo adversário daquela noite, o Vitória de Guimarães, estava o então defensor e agora treinador Abel Ferreira.

Ele presenciaria, em campo, o momento em que, logo assim que recebe um cartão amarelo, o húngaro cairia no gramado depois de sofrer um mal súbito, morrendo pouco tempo depois, vítima de uma parada cardíaca.

“Foi um momento marcante na minha vida esportiva, foi um choque para todos nós. Lembro que os médicos tentaram fazer tudo o que podiam. Na altura, nem sequer puderam usar o desfibrilador, uma vez que estava chovendo. Foi um dia muito chuvoso, e lembro que depois fomos todos para o hospital, os jogadores do Benfica e do Vitória de Guimarães”, lembrou, em entrevista ao jornal português Record, o atual técnico do Palmeiras.

A partida era válida pelo Campeonato Português daquela temporada, e o Benfica vencia pelo placar mínimo, quando Fehér, que tinha apenas 24 anos, recebeu um cartão amarelo por retardar o início da partida, que se encaminhava para o fim. Nos registros do jogo é possível vê-lo lamentando rapidamente pela advertência, pouco antes de levar as mãos aos joelhos, antes de desabar no gramado já inconsciente.

Abel Ferreira conta que, após o episódio, naturalmente, muitos jogadores passaram a ficar preocupados com questões de saúde, lembrando que atletas atuam “sempre com muita intensidade”, com o coração “sempre em alta rotação”.
 

“Foi algo muito marcante e intenso. Não se está à espera que um jogador de futebol, de perfeita saúde, lhe possa acontecer aquilo que aconteceu. Tu não queres acreditar. Lembro-me perfeitamente que isso não era possível. Quando vê as imagens fica ainda mais chocado, e é por isso que falo muitas vezes que devemos viver o aqui e o agora de forma intensa”, disse Abel.

Naquele período, em pouco mais de um ano, houve ao menos outros dois casos emblemáticos de jogadores que morreram enquanto disputavam uma partida oficial. Sete meses antes da morte do húngaro, o camaronês Marc-Vivien Foé, que tinha 28 anos, desmaiou em campo durante a disputa das semifinais da Copa das Confederações de 2003.

O jogador chegou a “ser colocado sob reanimação cardíaca durante 45 minutos”, segundo um médico que o atendeu, mas ele acabaria morrendo. O mesmo ocorreria em outubro do ano seguinte em uma partida do Campeonato Brasileiro. Em 27 de outubro de 2004, o zagueiro Serginho, de 30 anos, então no São Caetano, sofreu uma parada cardiorrespiratória no jogo contra o São Paulo, chegou a ser atendido em campo e levado para o hospital, mas morreu cerca de uma hora depois.

Veja também

Newsletter