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ATENTADO

Alcolumbre repudia ataque a celebração judaica na Austrália: "Ato cruel, movido pelo antissemitismo"

Presidente do Congresso, que é judeu, manifestou 'tristeza e indignação'

Presidente do Senado Federal, senador Davi Alcolumbre (União-AP)Presidente do Senado Federal, senador Davi Alcolumbre (União-AP) - Foto: Carlos Moura/Agência Senado

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O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), manifestou "tristeza e indignação" pelo atentado ocorrido neste domingo, em Bondi Beach, na Austrália, enquanto centenas de pessoas se reuniam para celebrar o Hanukkah, tradicional festa judaica.

Dois homens armados mataram 11 pessoas. Um dos atiradores foi morto pela polícia e o segundo foi preso. De acordo com as autoridades, o suspeito está em estado crítico.

Outras 29 pessoas ficaram feridas e foram hospitalizadas, incluindo uma criança e dois policiais. O comissário da polícia de Nova Gales do Sul, Mal Lanyon, classificou o evento como um "incidente terrorista" e disse que a polícia investiga se há um terceiro suspeito envolvido.

Alcolumbre, que é judeu, disse se tratar "de um ato cruel, movido pelo ódio e pelo antissemitismo".

"Manifesto profunda tristeza e indignação diante do ataque terrorista contra a comunidade judaica. Trata-se de um ato cruel, movido pelo ódio e pelo antissemitismo, que atinge não apenas a comunidade judaica da Austrália, mas fere valores fundamentais como a vida, a liberdade religiosa e a convivência pacífica. Na condição de judeu, sinto de forma ainda mais profunda a dor deste momento e expresso minha solidariedade às famílias das vítimas, aos feridos e à comunidade judaica da Austrália e do mundo inteiro. O terrorismo, motivado pelo antissemitismo ou por qualquer outra forma de ódio, é inaceitável. O Congresso Nacional se une às manifestações internacionais de repúdio e reafirma seu compromisso com a defesa dos direitos humanos e da liberdade religiosa", afirmou em um comunicado.

Investigações em andamento
Em comunicado divulgado nas redes sociais, a polícia informou, inicialmente, que respondia a um “incidente em curso” na praia e reforçou o pedido para que qualquer pessoa presente no local deixasse a área ou se refugiasse em local seguro.

Depois, a Polícia Federal Australiana afirmou estar trabalhando em conjunto com a polícia local e a Organização Australiana de Inteligência de Segurança (ASIO, na sigla em inglês) em ações conjuntas de combate ao terrorismo.

Pouco depois do ataque a tiros, a polícia localizou um carro na Campbell Parade, em Bondi, que, segundo as autoridades, continha vários dispositivos explosivos improvisados. Eles foram removidos por especialistas da brigada de minas e armadilhas.

Entende-se que os artefatos estavam localizados perto de uma ponte de onde os atiradores estavam disparando. Os dispositivos foram transportados para fora do local em um carro blindado, noticiou a emissora estatal da Austrália ABC.

Uma gravação feita durante o atentado mostra o momento em que um dos atiradores é desarmado. 

O primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, definiu o episódio como um "ataque terrorista devastador" e disse que o país foi "atingido pelo antissemitismo".


"Este é um ataque direcionado contra judeus australianos no primeiro dia de Hanukkah – que deveria ser um dia de alegria, uma celebração da fé. Um ato de antissemitismo maligno, terrorismo, atingiu o coração de nossa nação", afirmou o político, acrescentando: "Um ataque a judeus australianos é um ataque contra todos os australianos."

Danny Ridley, um fotógrafo que estava documentando a celebração judaica, contou que estava a cerca de 30 metros dos atiradores durante o tiroteio, escondido atrás de um parquímetro.

Um dos atiradores disparou contra ele, causando-lhe um pequeno corte na costela esquerda. Ele disse que um policial que estava sozinho por perto revidou os disparos, e o tiroteio durou cerca de 10 minutos.

"Foi uma carnificina', definiu.

Robert Gregory, diretor-executivo da Associação Judaica Australiana, disse que membros da comunidade lhe contaram que o tiroteio teve como alvo o festejo que estava sendo realizada na praia. “Este é um ataque à comunidade judaica que nos causa profunda dor como comunidade”, disse ele.

A presença das forças policiais levou à retirada imediata das pessoas da praia e das áreas próximas, com moradores, turistas e comerciantes seguindo as orientações das forças de segurança e respeitando os bloqueios.'Ataque cruel a judeus', diz Israel

O presidente de Israel, Isaac Herzog, classificou o atentado na praia como "um cruel ataque a judeus cometido por terroristas", e pediu ao governo da Austrália para agir contra a "onda crescente de antissemitismo" no país.

"Neste exato momento, nossas irmãs e nossos irmãos estão sendo atacados por terroristas vis em um ataque muito cruel contra judeus que foram acender a primeira vela de Hanuká na praia de Bondi. Nosso coração está com eles (…) Enviamos nossa mais calorosa força daqui, de Jerusalém, e repetimos nosso alerta, mais uma vez, ao governo australiano para que tome medidas e combata a enorme onda de antissemitismo que está assolando a sociedade australiana."

Enquanto o premier israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que a Austrália "jogou gasolina na fogueira do antissemitismo" antes do ataque em Sydney.

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