Seg, 15 de Dezembro

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Viena

Ambientalistas jogam líquido preto em obra-prima de Klimt no museu de Viena

Grupo se define como "a primeira geração a experimentar o início do colapso climático e a última que ainda pode detê-lo"

Ativistas ambientais pulverizaram a pintura "Morte e Vida" do pintor austríaco Gustav Klimt Ativistas ambientais pulverizaram a pintura "Morte e Vida" do pintor austríaco Gustav Klimt  - Foto: Divulgação

Ativistas ambientais pulverizaram a famosa pintura "Morte e Vida" do pintor austríaco Gustav Klimt com um líquido preto nesta terça-feira (15), informou o Museu Leopold em Viena

"Infelizmente fomos vítimas de um ataque pouco depois das 10h GMT(7h no horário de Brasília)", disse o porta-voz do museu, Klaus Pokorny, à AFP. 

"Após uma primeira verificação na presença da equipe de restauração, podemos esclarecer qualquer preocupação sobre possíveis danos à obra ou sua estrutura original", afirmou a instituição em nota.

Ativistas do grupo "Última Geração", que reúne ativistas alemães e austríacos, reivindicaram a responsabilidade pela ação no Twitter ao divulgar imagens. Nelas, dois homens são vistos atacando a obra, um deles tenta enfiar a mão no vidro, antes de ser parado por um funcionário. 

"Parem a destruição (da humanidade) com combustíveis fósseis. Estamos caminhando para o inferno climático", gritou um dos ativistas. Nesta terça-feira a entrada no museu é gratuita por um dia patrocinado pelo grupo petrolífero austríaco OMV. 

Este grupo se define como "a primeira geração a experimentar o início do colapso climático e a última que ainda pode detê-lo". 

Nas últimas semanas, ativistas ambientais multiplicaram ações em todo o mundo atacando obras de arte para alertar a opinião pública sobre o aquecimento global.

"As preocupações dos militantes são legítimas, mas atacar obras de arte certamente não é a melhor maneira de evitar as mudanças climáticas previstas", reagiu o diretor do museu, Hans Peter Wipplinger. 

Por sua vez, a secretária de Estado da Cultura, Andrea Mayer (ambientalista), foi compreensiva com as "preocupações e também o desespero" dos ativistas, num comunicado transmitido à AFP. 

Mas considerou que “aceitar o risco de danos irreversíveis às obras de arte não é o caminho a seguir”. 

Os dois ativistas não foram presos, mas são alvo de "uma denúncia por danos materiais e perturbação da ordem pública", disse um porta-voz da polícia austríaca, entrevistado pela AFP.

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