Sex, 05 de Dezembro

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GAZA

Brasil vai aderir a processo na ONU em que África do Sul acusa Israel de genocídio em Gaza

Ação foi apresentada no fim de 2023; medida foi anunciada pelo chanceler Mauro Vieira

Pessoas choram durante o funeral das vítimas mortas no bombardeio israelense na Faixa de GazaPessoas choram durante o funeral das vítimas mortas no bombardeio israelense na Faixa de Gaza - Foto: Omar al-Qattaa/AFP

O Brasil decidiu aderir formalmente à ação movida pela África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ), vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU), que acusa o governo israelense de genocídio na Faixa de Gaza.

A medida representa um novo posicionamento do governo brasileiro em relação à guerra no Oriente Médio e foi anunciada pelo chanceler Mauro Vieira em entrevista à emissora Al Jazeera. Segundo o ministro das Relações Exteriores, a decisão decorre da escalada dos ataques israelenses contra a população civil palestina nos últimos meses. A informação foi divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo e confirmada pelo GLOBO.

"Os últimos desdobramentos da guerra nos levaram à decisão de nos juntarmos à África do Sul na Corte Internacional" declarou Vieira.

A ação original foi apresentada pela África do Sul em dezembro de 2023, sob a acusação de que Israel estaria violando a Convenção sobre a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio, tratado multilateral assinado após a Segunda Guerra Mundial, com o objetivo de evitar episódios como o Holocausto.

Na semana passada, ao receber o presidente da Indonésia, Prabowo Subianto, no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender publicamente a criação do Estado Palestino e criticou a postura de grandes potências em relação ao conflito.

"Assim como o Brasil, a Indonésia sempre defendeu que o diálogo é a única forma de solucionar a guerra na Ucrânia. Reconhecer o povo palestino e permitir seu ingresso na ONU é reconhecer a simetria necessária para a paz. Nunca tivemos medo de apontar a hipocrisia diante das mais flagrantes violações do nosso tempo" disse Lula.

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