Dois homens são condenados a quatro anos de prisão por cortar a árvore mais famosa da Inglaterra
Daniel Graham e Adam Carruthers nunca explicaram por que usaram uma motosserra para cortar a "Sycamore Gap Tree"
Dois homens foram condenados, nesta terça-feira (15), a quatro anos e três meses de prisão por um tribunal em Newcastle, no nordeste da Inglaterra, por derrubarem a árvore mais famosa da Inglaterra, um ato de vandalismo que chocou o Reino Unido.
Daniel Graham, de 39 anos, e Adam Carruthers, de 32, que receberam a mesma pena, nunca explicaram por que usaram uma motosserra para cortar a "Sycamore Gap Tree", um majestoso bordo conhecido desde o filme de 1991 "Robin Hood: O Príncipe dos Ladrões", estrelado por Kevin Costner.
O bordo, também conhecido como "Árvore de Robin Hood", estava localizado próximo à Muralha de Adriano, da época romana e plantado para evitar a invasão dos bárbaros, perto de Crag Lough, em Northumberland, norte da Inglaterra.
No final de setembro de 2023, pedestres a encontraram tombada, com as raízes visíveis. Um ato de "vandalismo", segundo a polícia, que despertou tristeza e comoção.
Um mês após a descoberta, a árvore foi completamente cortada e removida pelas autoridades.
Os dois condenados poderiam pegar até dez anos de prisão pelo que o promotor Richard Wright chamou de "missão estúpida".
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A juíza Christina Lambert, que os sentenciou, considerou que a ação deles envolveu um "alto grau de planejamento e preparação" e causou "perplexidade".
Na noite de 27 para 28 de setembro de 2023, os dois amigos, com uma motosserra, dirigiram até um estacionamento, caminharam por 20 minutos no escuro e um deles filmou o outro cortando a árvore, enviando-lhe posteriormente o vídeo.
Os condenados também levaram um pedaço do tronco como troféu, e os danos somam pelo menos 458.000 libras (R$ 3,42 milhões), segundo a Promotoria.
No dia seguinte à ação, Graham e Carruthers ficaram entusiasmados com a cobertura da imprensa sobre o caso, parabenizando-se por uma reportagem que "viralizou", ao compartilharem mensagens de voz e artigos de jornal.
Durante o julgamento em maio em Newcastle, onde foram considerados culpados, Carruthers afirmou que não entendia a comoção causada pela destruição do bordo. "Era apenas uma árvore", disse.
Após inicialmente negarem os fatos e se culparem mutuamente, confessaram ter participado do ato. Um deles alegou que estava embriagado, o que não convenceu a Promotoria.
A queda da árvore danificou a Muralha de Adriano, uma estrutura de 135 km de extensão construída entre 122 e 127 d.C. e declarada Patrimônio Mundial da Unesco.

