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ESCUDO

'Domo de Ouro': além dos EUA, veja outros países que já dominam a tecnologia de defesa antimíssil

Projeto bilionário mira defesa contra mísseis hipersônicos e reforça tendência global de escudos militares cada vez mais avançados

Imagem mostra Domo de Ferro em ação, interceptando foguetes lançados pelo Hamas na cidade de NetivotImagem mostra Domo de Ferro em ação, interceptando foguetes lançados pelo Hamas na cidade de Netivot - Foto: Mahmud Hams/AFP

O anúncio feito pelo presidente Donald Trump nesta semana sobre a criação do "Domo Ouro" — um ambicioso sistema de defesa antimíssil inspirado no Domo de Ferro israelense — reacendeu o debate global sobre a corrida por escudos tecnológicos capazes de neutralizar ameaças aéreas.

Avaliado em US$ 175 bilhões (R$ 990,7), o projeto americano promete incluir satélites, sensores espaciais e interceptadores capazes de reagir a mísseis balísticos, de cruzeiro e hipersônicos.

Enquanto os EUA anunciam o que chamam de “escudo definitivo”, outros países já operam — com graus variados de eficácia e sofisticação — suas próprias versões de “domos antimísseis”. Veja os principais:

Israel: o modelo original
O mais conhecido é o Domo de Ferro (Iron Dome), em operação desde 2011. Desenvolvido para interceptar foguetes de curto alcance, o sistema já demonstrou alto índice de sucesso em conflitos contra o Hamas. Além dele, o país mantém outros sistemas, como o Funda de Davi, que cobre ameaças de médio alcance, e o Arrow, voltado a mísseis balísticos. O mais recente, o Feixe de Ferro, usa tecnologia a laser e deve entrar em operação em 2026.

Rússia
A Rússia mantém desde os anos 1990 o sistema A-135, projetado para proteger Moscou. Além disso, conta com cerca de 56 baterias do S-400, capazes de interceptar aeronaves, drones e mísseis a até 400 km de distância. A nova geração, o S-500, promete capacidade de interceptação até mesmo no espaço.

China
Em março de 2025, a China apresentou seu mais novo sistema antimíssil, o HQ-19, desenvolvido para neutralizar ameaças hipersônicas. O país também mantém em operação versões locais dos antigos mísseis soviéticos S-300 e investe em capacidades exoatmosféricas desde 2010.

Índia
Desde os anos 2000, a Índia desenvolve um sistema de duas camadas para interceptação de mísseis em alta e baixa altitude. Os testes mais recentes envolvem os mísseis AD-1 e AD-2, voltados para ameaças intercontinentais. A justificativa oficial é conter riscos do Paquistão e da China.

Taiwan
A ilha aposta no sistema Tien Kung (“Arco do Céu”), cuja terceira geração está sendo expandida com 12 novas bases. Em 2025, o governo firmou acordo com os EUA para receber armamentos e sistemas avançados como o NASAMS (sistema antimíssil norueguês) e novos radares.

Japão
Desde que mísseis norte-coreanos sobrevoaram o país, em 1998, o Japão intensificou sua defesa. Realizou testes com contratorpedeiros e trabalha em conjunto com os EUA no desenvolvimento de interceptadores contra mísseis hipersônicos.

França, Reino Unido e Itália
Esses países operam o sistema PAAMS (Principal Anti-Air Missile System), voltado para defesa aérea embarcada. Em 2023 e 2024, destróieres franceses e britânicos interceptaram drones no Mar Vermelho, em resposta a ataques atribuídos aos houthis do Iêmen. O Reino Unido mantém ainda o sistema Sea Viper.

Irã
O Irã mantém o Khordad 15, capaz de detectar mísseis de cruzeiro e drones. Em 2022, apresentou uma nova versão do Bavar-373, comparável ao S-400 russo. Teerã alega que seus sistemas podem abater até caças de quinta geração.

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