EUA investiga importações de drones e painéis solares para aplicar possíveis tarifas
O processo é conduzido sob um dispositivo legal que permite ao governo proteger um setor por meio de tarifas aduaneiras caso considere que há um risco para a segurança nacional
O Departamento de Comércio dos Estados Unidos anunciou nesta segunda-feira que abriu investigações que poderiam levar, em poucos meses, à aplicação de tarifas sobre drones e componentes usados na fabricação de painéis solares.
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Em ambos os casos, o Departamento iniciou no último dia 1º uma investigação pública, o primeiro passo necessário antes de decidir se esses produtos devem ser taxados.
As tarifas se referem aos drones e ao silício policristalino e seus derivados, usados na fabricação de painéis solares e semicondutores.
O processo é conduzido sob um dispositivo legal que permite ao governo proteger um setor por meio de tarifas aduaneiras caso considere que há um risco para a segurança nacional.
As tarifas impostas ao aço e ao alumínio e as investigações abertas sobre os semicondutores e produtos farmacêuticos também foram justificadas ou conduzidas no contexto dessa mesma regulamentação.
Os Estados Unidos são um dos maiores produtores de drones, juntamente com a China e Israel, enquanto outros países, como Turquia, Irã, Rússia e Ucrânia, desenvolveram nos últimos anos modelos de drones militares de baixo custo, cada vez mais usados em guerras.
Empresas chinesas, como a DJI, são as principais fabricantes de drones civis. A China também concentou mais de 90% da produção de silício policristalino no mundo em 2024, segundo a consultoria especializada Thunder Said Energy.
Boa parte dessa produção é procedente da região de Xinjiang, onde a China nega a acusação de ter internado mais de 1 milhão de membros da minoria muçulmana uigur nos últimos anos.
O Departamento de Comércio tem 270 dias para conduzir sua investigação antes de apresentar suas recomendações ao presidente Donald Trump.

