Exército de Israel dispara contra delegação de diplomatas em viagem à Cisjordânia
Em comunicado, exército disse que "lamenta o inconveniente causado"
O Exército de Israel fez disparos contra uma delegação de diplomatas em viagem oficial à Cisjordânia nesta quarta-feira, em um incidente que provocou uma reação diplomática de algumas dos principais países da Europa.
Os militares afirmaram ter feito tiros de advertência após a delegação se desviar de uma rota pré-aprovada e "lamentou" pelo "inconveniente".
"A delegação desviou-se da rota aprovada e entrou em uma área onde não estava autorizada a entrar", e "soldados que operavam na área dispararam tiros de advertência", afirmou um comunicado militar, acrescentando que o exército "lamenta o inconveniente causado".
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O caso provocou uma condenação rápida de alguns países europeus. O chanceler italiano, Antonio Tajani, criticou os disparos e solicitou a Israel que "esclareça imediatamente".
"Acabei de falar com Alessandro Tutino, vice-cônsul italiano em Jerusalém, que está bem e estava entre os diplomatas que supostamente foram atacados a tiros perto do campo de refugiados de Jenin. Pedimos ao governo de Israel que esclareça imediatamente o que aconteceu. As ameaças contra diplomatas são inaceitáveis", escreveu Tajani em uma publicação na rede social X.
Fontes diplomáticas da Espanha também confirmaram que um representante do país estava no grupo, e condenaram os disparos feitos pelos militares israelenses.
— Havia um espanhol no grupo de diplomatas que passa bem. Estamos em contato com outros países afetados para coordenarmos conjuntamente uma resposta ao ocorrido, o que condenamos veementemente — disseram fontes ouvidas pela AFP.
A Autoridade Palestina condenou "o crime hediondo cometido pelas forças de ocupação israelenses", falando de uma ação "deliberada" e com "fogo real" contra uma "delegação diplomática credenciada no Estado da Palestina".
O Exército israelense abriu um inquérito para investigar o caso, e uma autoridade militar na divisão em atuação na Cisjordânia se colocou a disposição para conversar com os representantes diplomáticos, segundo o jornal Times of Israel.

