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CONFLITO

Filho de líder político do Hezbollah é morto em ataque israelense no Líbano

Ataque contra alvos do grupo extremista no sul do Líbano teria deixado quatro vítimas

Mohammed Raad, presidente do bloco político do Hezbollah no Parlamento libanêsMohammed Raad, presidente do bloco político do Hezbollah no Parlamento libanês - Foto: Reprodução/X

O filho do presidente do braço político do Hezbollah no Parlamento libanês foi morto nesta quarta-feira (22) em um ataque israelense contra alvos militares e infraestruturas do grupo no sul do Líbano, informou a AFP a partir do relato de uma fonte próxima à família.

— [Ele] foi morto com vários outros membros do Hezbollah — disse a fonte, citando um ataque israelense a uma casa em Beit Yahun, no sul do país, que deixou quatro mortos, segundo a agência oficial de notícias do governo libanês, que não identificou as vítimas.

A vítima era Abbas Raad, filho de Mohammed Raad, uma das lideranças mais importantes do Hezbollah e presidente do partido vinculado ao grupo xiita no Parlamento desde 2000. Considerado um dos ideólogos da ala política do Hezbollah, ele faz parte do comitê executivo da legenda e já foi presidente do seu conselho político no passado. Raad também é apontado como um dos principais candidatos à posição de secretário-geral da organização extremista num possível sucessão de Sayyid Nasrallah.

Raad também foi eleito pelo Parlamento iraniano como o único representante do Líbano no Conselho dos Guardiões do Irã — um dos principais financiadores do Hezbollah —, cargo que ocupa até hoje.

Em comunicado, o Exército israelense confirmou ter atingido uma infraestrutura do Hezbollah no Líbano e respondido aos ataques que vieram de duas células do grupo. O ataque ocorreu poucas horas após o anúncio de uma trégua de quatro dias em Gaza entre Israel e o Hamas, aliado do Hezbollah. Apesar de não ter feito parte das negociações, o grupo libanês afirmou que iria aderir ao cessar-fogo temporário, mas advertiu que responderia caso Tel Aviv violasse o acordo.

Até a publicação desta reportagem, o Hezbollah não havia se manifestado sobre o caso.

Desde o início da guerra entre Israel e Hamas, em 7 de outubro, a fronteira entre o Líbano e Israel tem sido palco de crescentes trocas de tiros, principalmente entre Israel e o movimento Hezbollah, mas também entre grupos palestinos, aumentando o temor de uma escalada do conflito no Oriente Médio.

A hostilidade na fronteira entre os países deixou mais de 100 pessoas mortas no lado libanês, de acordo com uma contagem da AFP. A maioria é de combatentes do Hezbollah, mas também há pelo menos 14 civis, três deles jornalistas.

Do lado israelense, seis soldados e três civis foram mortos, de acordo com as autoridades.

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