Fundação Altino Ventura inaugura centro de terapia aquática e multissensorial
Nesta terça-feira (31), a Fundação Altino Ventura inaugurou os "Serviços de Terapia Aquática e Multissensorial''. A nova etapa fica localizada na sede da Iputinga e conta com mais de mil metros de área construída. O intuito do projeto é que cerca de 450 pacientes com múltiplas deficiências sejam beneficiados mensalmente com o novo centro de terapia que estimula as sensações corporais, principalmente táteis, proprioceptivas, de forma natural, em ambiente lúdico.
O espaço é destinado a diversas síndromes, como down, e transtornos, como o do espectro autista e o de déficit de atenção e hiperatividade. O atendimento é ofertado através do SUS. A obra foi orçada em R$2,6 milhões de reais e a maior parte dos recursos foi captado por meio de doações.
Segundo Bruna Ventura, médica oftalmologista e parte da diretoria da Fundação Altino Ventura, os pacientes da Fundação já podem ter acesso a nova modalidade de tratamento. Mas, como os serviços são ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), todos podem ter acesso. "Os responsáveis devem procurar o posto de saúde mais próximo da sua casa para que eles sejam direcionados a avaliação no centro de reabilitação da Fundação Altino Ventura. Porque é preciso uma avaliação que passa por uma equipe multidisciplinar e tudo é centralizado aqui", explicou.
“Não é um local que a gente está expandindo para fazer mais do mesmo. É um local para oferecer um serviço totalmente diferente, são terapias a mais, de fisioterapias, de reabilitação, então por exemplo, crianças que tem algum problema, algum distúrbio neuromuscular que não conseguem ficar em pé, tem um equipamento que chama Therasuit e que ela consegue ter essa experiência de ficar em pé, de se movimentar. Então são realidades que Graças a Deus a gente vai poder a partir de agora estar oferecendo a população de baixa renda de forma gratuita através do Sistema Único de Saúde e fazer com que essas crianças tenham um salto na reabilitação delas”, disse a médica Bruna Ventura.
A terapia aquática possui uma equipe técnica formada por fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e educadores físicos, que realizam diversas atividades focadas na recuperação e melhoria da qualidade de vida dos pacientes com múltiplas deficiências.
Já a terapia de integração sensorial será utilizada em pacientes com alterações (ADNPM),Transtorno do Espectro Autista (TEA), Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Síndrome de Down, Paralisia cerebral, Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação (TDC) e Síndrome do X Frágil, entre outras.
Famílias
Todo o espaço foi pensado para a receptividade das famílias e pacientes. Além de piso e iluminação, por exemplo, que é voltado para o paciente que tem múltiplas deficiências, o local é adequado para receber famílias que às vezes vem do interior do Estado. Então tem uma sala equipada com cama, fogão, microondas, entre outros. Por conta da pandemia, o número de acompanhantes dos pacientes está se mantendo reduzido, mas em breve, a expectativa é que o centro receba mais doações e possa estender suas funcionalidades.
Valéria Gomes, de 50 anos, leva o filho João Lucas, de seis anos, semanalmente a Fundação para tratamentos. Ela contou da dificuldade em matricular a criança em aulas de natação há bastante tempo. "Desde que João era um bebê eu venho tentando uma natação e nunca ninguém o chamou, sempre ficou na lista de espera. João hoje já está com seis anos e nunca foi chamado. Então aqui, antes de construir a piscina, de fazer, João já estava certo que iria fazer a terapia na piscina", narrou Valéria.
"João hoje já é um menino que já interage muito bem. João antes não levantava o pescoço, ele hoje levanta a cabeça. Ele hoje observa as pessoas, ele acompanha as pessoas pelo olhar, porque aqui ele tem visual. Ele tem todo o acompanhamento que ele precisa. Então, qual é a mãe que não ficaria feliz de saber que seu filho vai ter um futuro melhor do que a gente imaginava?", questionou a mãe de João Lucas.

