Sáb, 06 de Dezembro

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GAZA

Fundação humanitária apoiada pelos EUA em Gaza é um 'fracasso', diz ONU

"Eles não estão fazendo o que uma operação humanitária deveria fazer", diz Jens Laerke porta-voz da Ocha

Palestinos esperam por comida em um ponto de distribuição em Nuseirat, no centro da Faixa de GazaPalestinos esperam por comida em um ponto de distribuição em Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza - Foto: Eyad Baba / AFP

O trabalho da Fundação Humanitária de Gaza (GHF), que distribui alimentos na Faixa de Gaza com o apoio de Israel e dos Estados Unidos em condições frequentemente caóticas, "é um fracasso" do ponto de vista humanitário, denunciou a ONU nesta sexta-feira (13).

"Acho justo dizer que é um fracasso do ponto de vista dos princípios humanitários. Eles não estão fazendo o que uma operação humanitária deveria fazer, que é levar ajuda às pessoas onde elas estão", disse Jens Laerke, porta-voz do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha), em Genebra.

A distribuição de alimentos e produtos básicos em Gaza, sob bloqueio israelense e devastada por mais de 20 meses de guerra, é cada vez mais difícil e perigosa, e o território palestino está ameaçado pela fome, segundo as Nações Unidas.

As agências da ONU e as principais ONGs que trabalham em Gaza se recusam a colaborar com a Fundação Humanitária de Gaza, uma organização recém-criada cujo funcionamento é opaco.

Elas acreditam que a GHF militariza a ajuda e não a distribui de forma equitativa por todo o território palestino.

Desde 26 de maio, quando iniciou suas operações de campo, até quinta-feira, a GHF afirma ter distribuído mais de 18 milhões de refeições.

Dezenas de palestinos morreram perto dos locais de distribuição da fundação. No início de junho, quase 30 pessoas foram mortas a tiros por soldados israelenses, segundo a Defesa Civil de Gaza. Israel alega que foram tiros de advertência.

Laerke reiterou que a ONU está pronta para retomar as operações de ajuda humanitária em larga escala assim que Israel permitir novamente a passagem de um número suficiente de caminhões de ajuda.

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