Guerra comercial de Trump: Amorim diz que Brasil pode fazer coordenação com outros países
Assessor especial do presidente Lula participou de um evento na Alemanha
O assessor para assuntos internacionais do Palácio do Planalto, Celso Amorim, afirmou, nesta sexta-feira, que o Brasil poderá se coordenar com outros países em busca de uma solução para a aplicação de sobretaxas a importações americanas, promovida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Em três semanas à frente da Casa Branca, Trump anunciou uma tarifa de 25% sobre o aço e o alumínio estrangeiros e avisou que produtos com alíquotas maiores que as cobradas pelos EUA terão o mesmo tratamento. Um exemplo é o etanol brasileiro, que tem um Imposto de Importação de 18%, enquanto no país da América do Norte o percentual é de 2,5%
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— Iríamos para a OMC (Organização Mundial do Comércio), mas os Estados Unidos, no primeiro mandato de Trump, enfraqueceu essa iniciativa. Então, não funciona. Temos que pensar. Talvez a gente coordene com outros países que são tarifados da mesma maneira — disse Amorim, ao participar de uma mesa redonda na Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha.
Ele disse que as indústrias brasileiras que dependem do aço brasileiro podem se tornar aliadas do Brasil. Afirmou que o governo tentará negociar com os EUA, em busca de uma solução.
— Negociação é sempre melhor — ressaltou.
Amorim defendeu o cumprimento das regras da OMC. E enfatizou que as medidas tomadas por Trump não foram adotadas especificamente contra o Brasil: envolvem o mundo todo.
— O que queremos fazer, respeitar as regras, ou mudá-las? Enquanto as regras não mudam, temos que respeitá-las — disse Amorim.
A OMC está parcialmente paralisada. O Órgão de Apelação — último tribunal para que o país que foi condenado por recorrer — foi inviabilizado por um boicote dos EUA que foi mantido pelo antecessor de Trump, o democrata Joe Biden.

