Sáb, 06 de Dezembro

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EUA

Juiz determina que Trump não pode manter ativista pró-Palestina preso, mas adia sua libertação

Mahmoud Khalil foi preso em março e teve o visto de residência permanente revogado, com base em uma lei pouco utilizada; governo federal poderá recorrer

Ativista palestino Mahmoud Khalil tenta evitar, além da manutenção de sua prisão, uma eventual ordem de deportaçãoAtivista palestino Mahmoud Khalil tenta evitar, além da manutenção de sua prisão, uma eventual ordem de deportação - Foto: Reprodução/Instagram

Um juiz federal determinou que o governo do presidente dos EUA, Donald Trump, não pode manter preso o estudante da Universidade Columbia Mahmoud Khalil, detido em março e que corre o risco de ser deportado após a revogação de seu visto de residência permanente.

Contudo, o magistrado afirmou que a libertação só poderá acontecer na sexta-feira, dando tempo ao Departamento de Justiça para recorrer.

Na decisão, o juiz Michael Farbiarz confirma que o uso do Ato de Imigração e Nacionalidade, uma legislação raramente aplicada e que dá ao Departamento de Estado o poder para expulsar estrangeiros, foi indevido — em maio, ele havia declarado que a aplicação da lei, da forma como fora feita, era "inconstiucional".

Segundo o magistrado, com a detenção “a sua carreira e reputação estão sendo prejudicadas e o seu discurso está sendo restringido — e isto resulta num dano irreparável”.

Contudo, o juiz determinou que a libertação só deverá acontecer na sexta-feira, dando tempo ao Departamento de Justiça apresentar argumentos que justifiquem sua dertenção.

Ao determinar a prisão de Khalil, o Departamento de Estado citou a participação dele em atos pró-Palestina no campus de Columbia, em 2024, uma ação caracterizada pelo governo Trump como "antissemita", e afirmou, com base no Ato de Imigração e Nacionalidade, que sua presença no país era um risco à segurança nacional.

Além disso, as autoridades o acusam de omitir sua participação em organizações pró-Palestina quando entrou com pedido de residência permanente, algo questionado pela defesa.

Khalil, que é casado com uma cidadã americana e tem um filho de um ano, nascido nos EUA, foi preso em março em uma das primeiras operações do governo Trump contra estudantes envolvidos em atos contra a guerra na Faixa de Gaza.

Apesar de não ser acusado de nenhum crime, ele foi mandado para uma unidade de detenção no estado da Louisiana, e tenta evitar, além da manutenção de sua prisão, uma eventual ordem de deportação, como quer o Departamento de Estado.

Seu caso se tornou um símbolo em protestos contra a política migratória de Trump, assim como contra a retórica considerada extremista do governo do republicano contra atos críticos à operação militar israelense em Gaza.

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