Mulher é condenada à prisão perpétua na África do Sul por vender filha de 6 anos
Caso de Joshlin Smith, desaparecida desde 2023, chocou o país; mãe foi considerada culpada por sequestro e tráfico humano após vendê-la a um curandeiro por R$ 6 mil
Um tribunal da África do Sul condenou nesta quinta-feira uma mulher à prisão perpétua por sequestrar e vender sua filha de seis anos, em um caso que chocou o país. Joshlin Smith desapareceu em fevereiro do ano passado de sua casa em Saldanha Bay, uma cidade pesqueira a 135 quilômetros ao norte da Cidade do Cabo, e nunca foi encontrada.
Sua mãe, Racquel "Kelly" Smith, foi considerada culpada por sequestrar e vender a menina, supostamente por 20.000 rands (cerca de R$ 6.270, com base na cotação atual). O juiz Nathan Erasmus sentenciou Smith, de 35 anos, e seus dois cúmplices — o namorado e um amigo em comum — à prisão perpétua por tráfico de pessoas. Todos também foram condenados a 10 anos de prisão, pena a ser cumprida simultaneamente, pelo crime de sequestro.
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— Também ordeno a inclusão dos seus nomes no registro de proteção à criança — determinou o juiz Erasmus.
Smith estava presente no tribunal e acompanhou a audiência, que durou cerca de uma hora, com um olhar impassível. Inicialmente, ela gerou comoção pública ao relatar o desaparecimento da filha, o que motivou uma operação de busca em todo o país.
O caso ganhou atenção nacional, inclusive de um ministro que ofereceu uma recompensa de um milhão de rands (aproximadamente R$ 313 mil) por informações que levassem ao paradeiro da criança.
Mas a situação mudou drasticamente quando promotores alegaram que Smith havia vendido a filha a um curandeiro tradicional, interessado nos olhos e na pele clara da menina.
A África do Sul tem uma das maiores taxas de criminalidade do mundo, e o sequestro de crianças está em crescimento.

