Dom, 07 de Dezembro

Logo Folha de Pernambuco
MUNDO

Noboa propõe consulta popular para permitir bases militares estrangeiras no Equador

O presidente também consultará os equatorianos se desejam eliminar a atribuição estatal às organizações políticas e extinguir o conselho encarregado de nomear as autoridades de controle

O presidente reeleito do Equador, Daniel Noboa,  propõe consulta popular para permitir bases militares estrangeiras no EquadorO presidente reeleito do Equador, Daniel Noboa, propõe consulta popular para permitir bases militares estrangeiras no Equador - Foto: Armando Prado / AFP

O presidente do Equador, Daniel Noboa, apresentou, nesta terça-feira (5), o projeto para uma nova consulta popular com a qual planeja reformar a Constituição para permitir a instalação de bases militares estrangeiras, reduzir o número de deputados e levar a julgamento político juízes constitucionais.

Esta é a segunda consulta que Noboa planeja desde que, em novembro de 2023, assumiu o comando de um país assolado pela violência. Entre janeiro e junho deste ano, o Ministério do Interior registrou 4.621 homicídios.

A nova consulta popular inclui sete perguntas e o governo acredita que acontecerá em dezembro, após receber a aprovação da Corte Constitucional.

"As sete perguntas dão aos cidadãos o poder de escolher, de uma vez por todas, se queremos, como nação, enterrar o passado e abraçar com esperança um futuro de paz e desenvolvimento", escreveu o presidente no X ao anunciar os temas.

A primeira pergunta proposta pelo mandatário está relacionada com o estabelecimento de bases militares estrangeiras para combater a violência do crime organizado. A reforma foi tramitada e aprovada em junho pela Assembleia Nacional de maioria governista, mas a mudança deve ser ratificada em um referendo.

O presidente também consultará os equatorianos se desejam eliminar a atribuição estatal às organizações políticas e extinguir o conselho encarregado de nomear as autoridades de controle, como o procurador-geral.

Por outro lado, Noboa propõe reduzir o número de congressistas (151 atualmente) e que os juízes constitucionais possam enfrentar julgamentos políticos.

Na véspera, a Corte Constitucional suspendeu temporariamente 17 artigos de três leis enviadas por Noboa, após ações de inconstitucionalidade por parte de organizações sociais. O tribunal também anulou decretos de estado de emergência que suspendem direitos, alegando que não estão corretamente argumentados.

Finalmente, Noboa consultará os equatorianos se estão de acordo com o trabalho por horas no setor turístico e o retorno dos cassinos em hotéis de luxo, o que foi proibido, também por meio de consulta popular, durante o governo do ex-presidente de esquerda Rafael Correa (2007-2017).

Na consulta popular de 2024, Noboa conseguiu a aprovação de nove das 11 perguntas feitas, entre elas a extradição de compatriotas e o aumento das penas para crimes como narcotráfico e terrorismo. Os equatorianos não aprovaram o trabalho por horas nem a arbitragem internacional para solucionar controvérsias comerciais.

Veja também

Newsletter