Qui, 18 de Dezembro

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opinião

Cana, recurso ao gabinete de crise

No elenco dos problemas que temos enfrentado neste emblemático ano de 2025, destaca-se um santo de casa, o velho companheiro do setor da tradicional Agroindústria Canavieira do Nordeste, em especial em Pernambuco.

Faz-se urgente e necessário convocar o chamado “gabinete de crise”, providência de caráter emergencial criada para administrar situações de difícil superação com o concurso de todos os agentes protagonistas do processo, visando resolver conjuntamente os problemas, elencando alternativas de curto e médio prazos para enfrentá-las.

Com efeito, compreendendo em Pernambuco mais de cinquenta municípios da Zona da Mata com população direta e indiretamente afetada da ordem de um milhão e quinhentos mil habitantes, a grave situação com devastadores efeitos econômicos e sociais para o Estado mobilizou as lideranças das Usinas, Fornecedores de Cana e trabalhadores em audiência pública na Assembleia Legislativa Estadual visando chamar atenção do Poder Público a nível Estadual e Federal para o problema, que envolve repentino e forte movimento baixista dos mercados interno e externo para os produtos do setor, potencializado pela política de tarifas imposta pelos EUA, comprometendo fortemente o contexto exportador de açúcar na “cota preferencial norte-americana”.

O fenômeno avançou de tal forma, que comprometeu o sentido econômico da atividade em todos os níveis, com reflexos imediatos na dificuldade das Usinas e Fornecedores de Cana na manutenção dos empregos no campo e nas indústrias, sem falar nas empresas produtoras e comercializadoras dos insumos requeridos pela atividade, afora a descontrolada expansão da tragédia atingindo a imensa comunidade situada na Mata Canavieira. 

Isto posto, depois de situar o poder público para a gravidade do problema, que requer providências imediatas de socorro, com preocupantes registros de riscos de paralisação das atividades no campo e nas indústrias, as lideranças do Setor aguardam a convocação em caráter emergencial por parte do Governo Estadual, para conjuntamente em ambiente de parceria público/privada, traçar através de “gabinete de crise” as diretrizes para mitigar os inevitáveis prejuízos que já se configuram no horizonte de curto e médio prazos com reflexos na contribuição tributária direta e indireta para o próprio Estado, nestes tempos difíceis que o país e o mundo atravessam.

Estamos certos de que a governadora Raquel Lyra se sensibilizará com nosso alerta, que não se resume no apelo ao socorro aos agentes setoriais envolvidos, mas a toda comunidade estadual atingida pelos inevitáveis reflexos econômicos e sociais que já se observa na zona de influência da Mata Litorânea.

Queira Deus que Papai Noel nos presenteie com o maior dos presentes que tanto necessitamos, o socorro à cana-de-açúcar e sua gente.

Feliz Natal, companheiros!
 



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