Ozempic: os 4 fatores que afetam o desempenho dos medicamentos para perda de peso
Estudo identificou o que é associado a uma maior chance de sucesso no tratamento
Os análogos de GLP-1, como a semglautida, do Ozempic e do Wegovy, e a tirzepatida, do Mounjaro, têm revolucionado o tratamento da obesidade, com uma eficácia nos estudos clínicos que chega a quase 25% de redução do peso corporal. Mas nem todos os pacientes veem o número da balança diminuir da mesma forma.
Um estudo publicado em junho no Obesity Journal por pesquisadores da Cleveland Clinic, por exemplo, mostrou que ambas as moléculas produzem menor efeito quando analisados dados de vida real, ou seja, de pacientes fora dos testes clínicos.
Por isso, cientistas do departamento de Endocrinologia e Metabolismo do Hospital Popular da Universidade de Pequim, na China, decidiram investigar quais são os fatores associados a uma maior chance de sucesso na perda de peso com os medicamentos.
No novo estudo, publicado na revista científica Diabetes, Obesity and Metabolism, eles identificaram 4 pontos principais: usar os remédios por mais tempo; não ter diabetes; ter melhor função das células betas do pâncreas, que produzem insulina, e ter um maior percentual de gordura corporal no início do tratamento.
Os pesquisadores analisaram dados de 679 pacientes com sobrepeso ou obesidade que iniciaram o uso dos remédios entre novembro de 2022 e outubro de 2024 e os dividiram entre aqueles que tiveram uma redução de peso bem-sucedida ao longo do acompanhamento ou não.
Em seguida, os cientistas buscaram quais fatores foram mais comuns entre aqueles que viram o número da balança cair com sucesso. De forma mais significativa, observaram que os quatro parâmetros foram os que mais se relacionaram com a redução do peso.
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Ter melhor função das células betas do pâncreas chegou a ser ligado a quase 5 vezes mais chance de a pessoa emagrecer. Já não ter diabetes e ter um maior percentual de gordura corporal foram associados a cerca de o dobro de chances.
De forma menos robusta, os pesquisadores encontraram ainda uma relação entre uma taxa metabólica mais alta; mais massa muscular esquelética; mais massa muscular do abdômen e dos membros e maiores níveis de creatinina sérica com uma melhor resposta ao tratamento.
“Essas descobertas podem fornecer novas percepções sobre as flutuações de peso após o tratamento com GLP-1RA (análogos de GLP-1) no cenário do mundo real, avançando assim no desenvolvimento de estratégias individualizadas com a terapia para pacientes com sobrepeso ou obesidade”, afirma o principal autor da pesquisa e pesquisador da universidade, Linong Ji, em comunicado.

