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Pobreza na América Latina alcança menor nível desde início dos registros, diz Cepal

No ano passado, 162 milhões de latino-americanos viviam em situação de pobreza na região

Pobreza na América Latina alcança menor nível desde início dos registros, diz CepalPobreza na América Latina alcança menor nível desde início dos registros, diz Cepal - Foto: Ed Machado / Folha de Pernambuco

A pobreza na América Latina diminuiu 2,2 pontos percentuais em 2024 em relação ao ano anterior e afeta 25,5% da população, o nível mais baixo desde que há dados comparáveis, informou a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) nesta quarta-feira (26).

No ano passado, 162 milhões de latino-americanos viviam em situação de pobreza na região, dos quais 62 milhões estavam em condição de pobreza extrema.

"A incidência da pobreza monetária [medida por renda, ndlr] observada em 2024 na região constitui o valor mais baixo desde que há dados comparáveis", disse a Cepal em seu "Panorama Social" de 2025.

A redução da pobreza se explica principalmente pelos resultados do México e, em menor medida, do Brasil.

"Isso se deve, fundamentalmente, ao peso demográfico desses países, que representam 52% da população total", apesar de não terem sido os locais onde a pobreza mais caiu, afirmou em coletiva de imprensa José Manuel Salazar-Xirinachs, secretário-executivo da comissão.

Em ambos os casos, por se tratar de uma medição por renda, o que influenciou foi o aumento dos salários reais.

No México também pesaram, entre outros fatores, a política de bolsas universitárias, as transferências estatais a populações vulneráveis e a universalização das aposentadorias, disse o secretário-executivo do organismo técnico vinculado às Nações Unidas.

A queda dos níveis de pobreza na América Latina ocorre em um contexto de normalização pós-pandemia, com recuperação do mercado de trabalho e diminuição gradual dos níveis de inflação.

O aumento de preços, associado a outros impactos como a guerra na Ucrânia, que afetou especialmente alimentos e energia, também começou a recuar.

Para 2025, a Cepal projeta uma leve redução da pobreza, devido às "perspectivas limitadas de crescimento regional".

Apesar dos avanços, o organismo alertou que a concentração de renda continua sendo extrema na América Latina: os 10% mais ricos concentram 34,2% dos recursos, enquanto os 10% mais pobres recebem apenas 1,7%.

"O índice de Gini [que mede a desigualdade de renda, ndlr] médio da América Latina e do Caribe é o mais alto de todas as regiões do mundo, e só é inferior ao de uma sub-região da África (África Subsaariana)", afirma a Cepal em seu relatório.

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