Produção confirma realização do Guaiamum Treloso Rural 2018
Posicionamento ocorre após polêmica sobre o lugar onde será realizado o evento, que é área de proteção ambiental
Diante da polêmica sobre a realização do evento Guaiamum Treloso Rural 2018, que este ano chega à sua terceira edição, a produção afirmou aos carnavalescos de plantão que não há motivos para pânico. O festival ocorrerá na data marcada (20 de janeiro, às 14h) e será no mesmo local dos anos anteriores (Fazenda Bem-Te-Vi, situada no Km 13, na Estrada de Aldeia, cidade de Camaragibe). A afirmação vem após o Fórum Socioambiental de Aldeia, sociedade sem fins lucrativos, ter ingressado com um documento no Ministério Público de Pernambuco (MPPE) com justificativas que apontam o porquê de a área não ter suporte para receber o evento.
Um dos pontos criticados pelo presidente do Fórum Socioambiental de Aldeia, Herbert Tejo, é que a festividade causa impactos que vão desde a poluição sonora, ameaça à fauna local a perturbação ao sossego. O local se diferencia por ser uma Área de Proteção Ambiental (APA) Aldeia-Beberibe, unidade de conservação que engloba, em seus quase 31 mil hectares, oito municípios da Região Metropolitana. "E naquela área da fazenda, a fragilidade é ainda maior porque é uma reserva que abriga o rio Besouro. É um estresse ambiental sem tamanho. Incomoda até quem mora no entorno da fazenda", argumenta. Segundo ele, o evento estima um público entre oito a dez mil pessoas - número contestado pela produção do evento, que assegura um número de até seis mil.
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Um dos produtores culturais do Guaiamum Treloso Rural, Felipe Cabral, disse entender a preocupação do fórum, mas afirmou que está de acordo com as exigências legais dos órgãos competentes - documentos esses, afirma Cabral, que serão apresentados ao MPPE, caso sejam exigidos. "Somos uma produção responsável e não iríamos fazer um evento desse porte sem permissão, ainda mais pelo terceiro ano consecutivo. Seguimos os mesmos trâmites, ou seja, temos a permissão do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e da Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura de Camaragibe, que emitiu a licença ambiental para realizarmos o Guaiamum que, diga-se de passagem, ocorre em área privada", reforçou.
Procurado, o MPPE informou que "o coordenador do Caop Meio Ambiente, promotor André Felipe Menezes, disse que recebeu a representação do Fórum Socioambiental de Aldeia e está avaliando o caso para elaborar orientações gerais a serem passadas aos membros do MPPE em casos semelhantes". Quem ficará à frente do caso é o promotor Guilherme Graciliano.

