Promotoria russa pede quase seis anos de prisão contra jornalistas
O pedido foi justificado pela suposta colaboração dos acusados com organização de Navalny
A Promotoria russa pediu, nesta quinta-feira (10), quase seis anos de prisão para quatro jornalistas acusados de terem colaborado com a organização classificada como "extremista" do opositor morto na prisão Alexei Navalny, segundo o veículo Mediazona.
O movimento de Navalny, principal opositor ao presidente Vladimir Putin até sua morte na prisão em fevereiro de 2024, foi sistematicamente erradicado nos últimos anos, e seus aliados e partidários forçados ao exílio ou presos.
A Justiça russa agora se concentra em colaboradores muito menos diretos, mais de um ano depois da morte de Navalny em condições ainda misteriosas.
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Os jornalistas Antonina Kravtsova, Serguei Kareline, Konstantin Gabov e Artiom Krieger são acusados de "extremismo".
A promotora Nadezhda Tikhonova solicitou em um tribunal de Moscou uma pena de 5 anos e 11 meses de prisão para cada um deles, informou nesta quinta-feira o site russo Mediazona, especializado no acompanhamento de casos judiciais.
O julgamento foi realizado a portas fechadas, um procedimento que se tornou comum na Rússia para esse tipo de caso.
Kravtsova, que trabalhava sob o nome de Antonina Favorskaïa, cobria regularmente os julgamentos de Navalny para a SOTAvision. Gravou, em 15 de fevereiro, o último vídeo mostrando-o ainda com vida durante uma audiência, um dia antes de sua morte, quando compareceu por videochamada de sua prisão no Ártico.
Os outros dois acusados são os repórteres Serguei Kareline e Konstantin Gabov, indiciados por terem participado da criação de vídeos para a equipe de Navalny. O primeiro colaborou no passado com a agência Reuters e o segundo, com a Associated Press.
O quarto acusado é Artiom Krieger, um jornalista da SOTAvision também acusado de ter colaborado com a organização anticorrupção de Navalny.

