Sáb, 06 de Dezembro

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SAÚDE

Gripe aviária: Anvisa descarta restrições para viajantes e meios de transporte

Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou o primeiro caso brasileiro numa granja comercial nesta sexta-feira

Máscara de proteção facialMáscara de proteção facial - Foto: Unsplash

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária ( Anvisa) descartou, no momento, restrições para viajantes, meios de transporte, cargas ou remessas postais devido à identificação do caso de gripe de aviária numa granja comercial no Rio Grande do Sul.

Em nota, a autarquia disse que acompanha as "novas informações sobre a influenza aviária em criações comerciais de aves", mas que por ora não há "definição de medidas sanitárias temporárias", seguindo o determinado pelo Plano de Contingência Nacional para Influenza Aviária, criado no ano passado pelo Ministério da Saúde.

"A Agência reforça a importância de que os administradores de terminais portuários, aeroportuários e de fronteiras, bem como operadores de transporte, mantenham seus planos de contingência atualizados para resposta a casos suspeitos de síndrome gripal e avaliação de exposição a animais, especialmente nas áreas afetadas no Brasil e no mundo", continua.

A Anvisa diz ainda que "segue monitorando o cenário" de forma articulada com o Ministério da Saúde, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e organizações internacionais, com foco na vigilância, prevenção e controle da influenza aviária.

Nesta sexta-feira, o Mapa confirmou o primeiro caso de gripe aviária em granjas comerciais do Brasil. Desde que o vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) foi detectado no país, em maio de 2023, o agente estava restrito a aves silvestres.

De acordo com a pasta, o caso foi identificado num estabelecimento em Montenegro, município do Rio Grande do Sul. Medidas de contenção previstas no Plano de Contingência Nacional do Setor Saúde para Influenza Aviária foram tomadas, como o abatimento dos animais para evitar a disseminação do vírus.

Segundo a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação gaúcha (Seapi), as autoridades atenderam a suspeita da doença no último dia 12, e amostras coletadas foram encaminhadas ao Laboratório Federal de Diagnóstico Agropecuário, em Campinas, São Paulo, que confirmou a gripe aviária.

“Será conduzida uma investigação complementar em raio inicial de 10 km da área de ocorrência do foco, e de possíveis vínculos com outras propriedades", continua a Seapi.

A gripe aviária diz respeito a um conjunto de cepas do vírus influenza que geralmente circulam entre aves, mas causam casos esporádicos em outras espécies. No Brasil, foi detectada pela primeira vez em maio de 2023 em aves silvestres.

Não existe registro de disseminação entre humanos. No entanto, pessoas são contaminadas esporadicamente devido ao contato com o animal infectado. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), de 2003 até o fim do ano passado foram registrados 939 casos humanos de gripe aviária em 24 países, dos quais 464 evoluíram para a morte (49%).

Por isso, ainda que tenha uma alta letalidade, os especialistas reforçam que o risco para a população geral é baixo. É necessário que o patógeno acumule mutações para que se torne adaptado à transmissão entre humanos, o que poderia dar início a uma nova pandemia. Embora seja uma preocupação, devido à expansão do vírus, ainda não é uma realidade.

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