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TOM DE CAMPANHA

Trump defende tarifas, política anti-imigração e ataca Biden em discurso de 100 dias de mandato

Presidente americano discursou nesta terça-feira em Warren, no estado de Michigan, estado decisivo que ele conquistou nas eleições passadas

Donald Trump, presidente dos Estados UnidosDonald Trump, presidente dos Estados Unidos - Foto: Jeff Kowalsky/AFP

Em clima de campanha eleitoral, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, discursou nesta terça-feira (29) em Warren, no estado de Michigan, estado decisivo que ele conquistou nas eleições passadas, para comemorar seus primeiros 100 dias de mandato.

Para uma acalorada plateia, o mandatário reafirmou por uma hora e meia as suas principais políticas, especialmente sobre imigração, tratando imigrantes como "monstros", disse que está eliminando "a loucura woke e a ideologia transgênero" do governo, defendeu sua agenda tarifária e ainda usou vários minutos para atacar o ex-presidente Joe Biden e Kamala Harris, sua adversária nas últimas eleições.

— Nós apenas começamos, vocês ainda não viram nada — disse Trump logo no início de seu discurso, sob aplausos da plateia no Macomb County Community College Sports Expo Center. — Vocês finalmente têm um presidente que defende as nossas fronteiras e a nossa nação. Em vez de pôr a China em primeiro lugar, estou pondo Michigan e a América em primeiro lugar.

A imigração foi um dos temas mais abordados pelo presidente americano.

— Os piores dos piores estão sendo enviados para uma prisão em El Salvador — disse Trump, antes de exibir uma montagem de vídeo mostrando migrantes deportados sendo presos no país centro-americano.

Com uma música sombria, o vídeo mostrava supostos membros de gangues sendo deportados e tendo as cabeças raspadas, o que levou a multidão a aplaudir incessantemente.

Trump então acusou a administração de seu antecessor de permitir que imigrantes "cometessem crimes contra americanos", e acrescentou que seu governo bateu recordes de menor número de entradas ilegais e que até a "mídia mentirosa" reconhece isso.

Também afirmou que os EUA eram uma "nação de terceiro mundo" antes de seu governo e continuariam assim se a "esquerda radical" tivesse vencido as últimas eleições. Repetiu, ainda, a alegação sem provas de que os democratas fraudaram eleições anteriores e disse que, desta vez, "a eleição era grande demais para ser manipulada".

— Perdemos bilhões e bilhões de dólares por dia. Bilhões, não milhões, bilhões de dólares por dia, sob o comando do sonolento Joe Biden — disse Trump a seus apoiadores, instigando-os a votar no "melhor apelido" para o democrata em seguida: — O que é melhor, "Joe Corrupto" ou "Joe Sonolento?"

Ele continuou:

— Eu meio que adorava "Joe Sonolento", sabe? Soava bem. Porque ele tinha uma habilidade que eu não tenho. Ele vai à praia, né? E ele conseguia dormir... babando pelo canto da boca, e estaria dormindo em minutos.

Nos primeiros 100 dias de seu segundo mandato, Trump tem repetidamente atacado Biden, usando-o como alvo frequente de piadas e críticas em quase todas as suas aparições públicas, como fazia durante a campanha eleitoral de novembro passado.

Aprovação em queda
A viagem aconteceu em um momento crucial para a Presidência de Trump. Suas tarifas expansivas prejudicaram o mercado de ações e contribuíram para a queda de seu índice de aprovação. A maioria dos americanos aprovou o desempenho de Trump no cargo durante janeiro e fevereiro, mas ele agora enfrenta mais pessoas que o desaprovam.

Em uma pesquisa recente do New York Times/Siena College, os eleitores disseram que ele "foi longe demais" em questão após questão: suas tarifas, sua fiscalização da imigração, seus cortes na força de trabalho federal.

Nesse contexto, a viagem teve o objetivo de enviar a mensagem de que ele está comprometido em trabalhar pelos americanos que foram deixados para trás pela globalização.

— Acho que ele está fazendo um grande trabalho — elogiou à AFP o enfermeiro aposentado Steve Camber, 60, antes de um comício de Trump em Warren, Michigan.

Já o caminhoneiro Shah Mahdi, 40, elogiou o republicano, que "honra a sua palavra", afirmou:

— Ele disse que a fronteira seria segura, e o é.

Com New York Times e AFP.

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