Sáb, 06 de Dezembro

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Trump e Zelensky tiveram reunião "muito produtiva" antes do funeral do papa, diz Casa Branca

Trump e Zelensky, ambos acompanhados de suas esposas, sentaram-se na primeira fila do funeral do Papa Francisco na Praça de São Pedro, mas foram separados por quase uma dúzia de líderes

Trump e Zelensky tiveram breve reunião em RomaTrump e Zelensky tiveram breve reunião em Roma - Foto: Handout/Telegram /@ermaka2022AFP

A Casa Branca informou neste sábado que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder ucraniano Volodymyr Zelensky tiveram uma reunião "muito produtiva" antes do funeral do Papa Francisco, que faleceu aos 88 anos, em Roma.

Esse marca o primeiro encontro desde um desastroso confronto na Casa Branca, no final de fevereiro, que resultou em uma profunda ruptura entre os dois países.

Trump estava entre dezenas de líderes mundiais na Basílica de São Pedro ansiosos para conversar com ele sobre as tarifas que ele impôs e outros assuntos.

Mas foi o encontro com Zelensky que despertou mais interesse, já que o líder americano pressiona o ucraniano a fazer um acordo de paz com a Rússia.

Os dois líderes se encontraram brevemente à margem do funeral antes do início da cerimônia, disse um porta-voz da presidência ucraniana. "O encontro aconteceu e já terminou", disse o porta-voz de Zelensky, Sergiy Nykyforov, a jornalistas, sem fornecer mais detalhes.

Um porta-voz da Casa Branca, Stephen Cheung, classificou o encontro como uma “discussão muito produtiva”, mas não forneceu detalhes.

Trump e Zelensky, ambos acompanhados de suas esposas, sentaram-se na primeira fila do funeral na Praça de São Pedro, mas foram separados por quase uma dúzia de líderes.

Zelensky lançou um olhar na direção de Trump, mas eles não foram vistos se encontrando em público.

Ambos os lados haviam mantido vagas as perspectivas de um encontro antes do funeral, com Trump dizendo apenas que seria "possível".

As tensões estão altas desde que Trump e o vice-presidente JD Vance repreenderam Zelensky no Salão Oval em 28 de fevereiro, chamando-o de ingrato pelos bilhões de dólares em assistência militar fornecidos pelos EUA desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em 2022.

Trump, embora tenha pedido ao presidente Vladimir Putin que pare os ataques da Rússia contra a Ucrânia, recentemente culpou Zelensky pela guerra e pelo contínuo derramamento de sangue.

Ele também pressionou Zelensky a aceitar concessões anteriormente inaceitáveis, como reconhecer que a Crimeia — que Moscou tomou da Ucrânia em 2014 — permanecerá sob controle russo em qualquer acordo para encerrar o conflito.

Ao chegar a Roma na noite de sexta-feira para participar do funeral do Papa Francisco, Trump pressionou para que os líderes russos e ucranianos se encontrassem após o que ele descreveu como avanços nas negociações.

"Eles estão muito perto de um acordo, e os dois lados devem agora se encontrar, em níveis muito altos, para 'finalizar tudo'. A maioria dos pontos principais já foi acordada", publicou ele na sua plataforma Truth Social

Putin, por sua vez, discutiu na sexta-feira a "possibilidade" de negociações diretas com a Ucrânia durante uma reunião com o enviado dos EUA, Steve Witkoff.

Mas, Zelensky voltou a rejeitar sugestões de que a Ucrânia deva abrir mão da Crimeia, e o encontro de Witkoff com Putin ocorreu logo após a morte de um alto general russo em um atentado com carro-bomba nos arredores de Moscou.

Um Trump cada vez mais frustrado ameaçou na semana passada abandonar os esforços de paz caso não veja progresso em direção a um cessar-fogo.

No ano passado, Trump prometeu encerrar a guerra na Ucrânia em 24 horas, caso fosse eleito presidente, embora tenha dito em uma entrevista à revista Time nesta semana que estava falando "em tom de brincadeira".

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