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Auxílio

Os pets da segurança pública

Treinados para auxiliar em operações de busca, os "cães-policiais" realizam trabalhos em Pernambuco desde 1962

Cães auxiliam na segurançaCães auxiliam na segurança - Foto: divulgação

Criado em 1962, o canil da Polícia Militar de Pernambuco tinha como foco a proteção de presídios, com a utilização dos cães como medida de segurança. No entanto, passados 57 anos, a missão passou a ser mais complexa, sempre com os cuidados no adestramento dos animais. Com maior atenção ao farejamento, o trabalho "policial" dos cães mudou ao passar dos anos, mas sempre priorizando a boa relação homem-animal.

Responsável pelo serviço em Pernambuco, a Companhia Independente de Policiamento com Cães (CIP Cães) possui 98 policiais e 55 cães, contando dos mais novos até os ativos, que fazem parte das ações na rua. Em média, semanalmente, são mais de 20 operações por semana, contando as gerais de faro até as de praças esportivas. Em um trabalho diário de acompanhamento dos animais, a companhia tem veterinários e adestradores presentes na sede, no bairro de Dois Unidos, Zona Norte do Recife, buscando um melhor desempenho.

A preocupação maior não é somente com o trabalho, mas com a saúde e o bem-estar do animal. Com treinos envolvendo recompensas como petiscos, a naturalidade é pré-requisito para um bom tratamento e bom desenvolvimento do cão. Porém, apesar da tarefa séria, é na brincadeira que o “cão-policial” é formado.

Começando desde filhote, o cão é acostumado a associar o cheiro do brinquedo com a busca por diversos objetos como celulares, entorpecentes e explosivos. “A nossa ideia é direcionar algo que já é natural do cão, como o instinto de caça e farejamento”, explica o comandante do CIP Cães de Pernambuco, Major Castelo Branco. “Por exemplo, o cão tem o instinto natural de caçar para se alimentar. Então, a gente começa a trabalhar esses pontos, mas, ao invés do alimento, ele irá atrás do objeto que nós queremos que ele encontre”, completa.

Para a entrada na corporação, vários quesitos são considerados, como o “pedigree” do animal, o aspecto veterinário e a genética. Cães oriundos de uma linhagem de trabalho, com pais que foram especialistas em faro tendem a também terem um bom desempenho.

A partir da vida adulta, o animal é introduzido às operações de campo como as de praças esportivas e outras de auxílio a órgãos da Polícia, como o Grupo de Apoio Tático Itinerante (GATi). Acostumados com simulações do que pode ser encontrado na rua, os cães atualmente têm maior preparo para auxiliar na procura de objetos pelo cheiro, principalmente em alfândegas e em locais suspeitos de alocamento de entorpecentes.

Dentre todos os que estão no quartel do CIP Cães, alguns como o experiente Willy, de 7 anos, são especialistas em encontrar celulares, uma tática adaptada para 2019, e que tem como foco celulares contrabandeados em presídios. Já para “novatos” como a cadela Brisa, de 1 ano e 4 meses, o período ainda é de adaptação, principalmente para as mordidas e o farejo.
Instrutor e adestrador, o Cabo Lima Moura, que está na corporação desde 2005, fala sobre a relação homem-animal no serviço. “Ter uma boa conexão no animal é importante para perceber as pequenas mudanças de reação dele no trabalho na rua”, diz o policial.

A atividade, além de importante, tem que ser realizada de uma maneira natural e divertida para o animal. É o que diz o adestrador do CIP Cães, Sargento Eric. “Quando nós começamos e terminamos o trabalho, o cão tem que estar no mesmo ímpeto de procurar o brinquedo, se não ele irá apresentar comportamentos indesejados”, explica o instrutor e adestrador do CIP Cães. “No próximo serviço, o cão saberá que aquilo para ele é agradável, satisfatório”, encerra.

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