Ter, 16 de Dezembro

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Justiça

Bancada do agro faz queixa-crime à PGR contra Lula e Lewandowski por demarcação de terras indígenas

Governo federal homologou quatro territórios e anunciou dez portarias declaratórias na semana passada, durante a COP30

Comissão de Agricultura na Câmara aprovou, nesta quarta-feira, a convocação de Lewandowski para prestar esclarecimentos sobre invasões indígenas em propriedades rurais.Comissão de Agricultura na Câmara aprovou, nesta quarta-feira, a convocação de Lewandowski para prestar esclarecimentos sobre invasões indígenas em propriedades rurais. - Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Quatro dias após o fim da COP30, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) apresentou uma queixa-crime à Procuradoria-Geral da República na qual pede a abertura de investigação contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.

Os parlamentares alegam que o Planalto cometeu prevaricação na edição de decretos de demarcação de terras indígenas anunciados durante a conferência climática.

O documento afirma que os agentes públicos "podem ter cometido o crime" ao editar ou participar de atos de ofício "contra disposição expressa de lei, com o objetivo de satisfazer interesse pessoal ou político". A bancada afirma que os atos foram praticados "em desacordo com a Lei 14.701/2023", que instituiu o Marco Temporal — que voltará a ser julgado no Supremo Tribunal Federal (STF) no próximo dia 5.

— A Frente Parlamentar da Agropecuária registra sua extrema preocupação com decisões que rompem o equilíbrio institucional, criam instabilidade e desrespeitam a lei aprovada pelo Parlamento e em pleno vigor — afirma o deputado Pedro Lupion (PP-PR), presidente da FPA.

Em outra reação ao anúncio de demarcações, a Comissão de Agricultura na Câmara aprovou, nesta quarta-feira, a convocação de Lewandowski para prestar esclarecimentos sobre invasões indígenas em propriedades rurais.

Demarcações
Na semana passada, o governo federal publicou na edição do Diário Oficial a homologação de quatro Terras Indígenas (TIs) nos estados do Mato Grosso, Amazonas e Pará. Outras dez portarias declaratórias de demarcação de terras também foram feitas pelo Ministério da Justiça.

TI Vista Alegre (AM - Mura)

TI Tupinambá de Olivença (BA - Tupinambá)

TI Comexatibá (BA - Pataxó)

TI Ypoí Triunfo (MS - Guarani)

TI Sawré Ba’pim (PA - Munduruku)

TI Pankará da Serra do Arapuá (PE - Pankara)

TI Sambaqui (PR - Guarani)

TI Ka'aguy Hovy (SP - Guarani)

TI Pakurity (SP - Guarani)

TI Ka'aguy Mirim (SP - Guarani)

A homologação e declaração são momentos distintos do processo de reconhecimento de terras indígenas, sendo a primeira um ato realizado pelo presidente que confirma a demarcação. A portaria declaratória é uma etapa anterior na qual o Ministério da Justiça delimita a TI após ter chegado ao fim do prazo de contestações.

Das quatro áreas homologadas hoje, três ficam no Mato Grosso: a TI Manoki, no município de Brasnorte, TI Kaxuyana-Tunayana, em Campos de Júlio, Nova Lacerda e Conquista D'Oeste, e a TI Estação Parecis, localizada em Diamantino. A quarta Terra Indígena é a Kaxuyana-Tunayana, que fica entre os municípios de de Faro e Oriximiná, no Pará, e Nhamundá, no Amazonas.

Dessas, a maior em área é a Kaxuyana-Tunayana, com mais de dois milhões de hectares de superfície. Ela abriga os povos indígenas Kaxuyana

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