Carla Zambelli: embaixador estima que Itália pode levar até seis meses para decidir sobre extradição
Renato Mosca disse que, após receber uma denúncia, a embaixada forneceu o paradeiro da deputada à polícia italiana
Horas depois da prisão da deputada Carla Zambelli (PL-SP), o embaixador do Brasil na Itália, Renato Mosca, afirmou estar convencido que a Justiça italiana acolherá o pedido de extradição da parlamentar, apresentado pelo governo brasileiro. Ele disse que o trâmite para que ela volte ao Brasil pode levar cerca de seis meses.
— Estou bastante convencido que a Justiça acolherá o pedido de extradição. Mas não há como saber quando isso vai acontecer. A decisão pode levar até seis meses. Mas tudo só volta a funcionar a partir de setembro — disse o diplomata ao GLOBO, referindo-se ao atual período de férias no verão europeu.
Como relatou o colunista Bernardo Mello Franco, Mosca disse que a embaixada recebeu uma denúncia com o endereço onde Zambelli está morando. A informação foi repassada à polícia italiana.
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No entanto, o deputado italiano Angelo Bonelli escreveu em uma rede social que foi ele quem deu o endereço de Zambelli à polícia: “Carla Zambelli está em um apartamento em Roma. Forneci o endereço à polícia. Neste momento, a polícia está identificando Zambelli”.
Após a prisão, a Justiça terá um prazo de 48 horas para decidir se a deputada continuará presa. Outras duas opções seriam prisão domiciliar a o uso de tornozeleira eletrônica.
— A prisão ocorreu dentro do previsto, graças à difusão vermelha — afirmou o embaixador.
Desde junho, o nome de Carla Zambelli está na lista de procurados da Interpol, que tem como instrumento a chamada "difusão vermelha". Por esse mecanismo, que permite o compartilhamento de informações sobre foragidos internacionais, a parlamentar ficou no radar de 196 países.
Zambelli foi condenada a dez anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ela é acusada de invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça e inserção de documentos falsos, em 2023.

