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Minas Gerais

Direção nacional do PSB entra em conflito com ex-vice de Zema por anúncio de pré-candidatura em BH

Paulo Brant (PSB) afirma que irá concorrer como vice na chapa de Gabriel Azevedo (MDB); partido diz que questão ainda será definida e mantém diálogo com Rogerio Correia, do PT

Gabriel Azevedo e Paulo Brant Gabriel Azevedo e Paulo Brant  - Foto: Divulgação

Cinco dias após o ex-vice-governador de Minas Gerais Paulo Brant ( PSB) ter anunciado sua pré-candidatura enquanto vice-prefeito na chapa do MDB, a direção do PSB afirma não ter definido como o partido irá se comportar nas eleições municipais de Belo Horizonte. Em entrevista ao Globo, o presidente Carlos Siqueira afirma que a definição será da Executiva Nacional.

— Não há decisão sobre quem apoiar em Belo Horizonte. O ex-vice-governador Paulo Brant pediu um prazo para definir posição sobre eventual candidatura. Mas, ao final, a decisão será tomada pela Executiva Nacional, assim como em todas as cidades com 2° turno. Vamos considerar a reciprocidade dos apoios em outras capitais e cidades importantes — disse Siqueira.

Apesar da posição do presidente nacional, Brant garante que concorrerá na chapa do presidente da Câmara Municipal, Gabriel Azevedo (MDB), conforme anunciou na última sexta-feira.

— Os partidos estão conversando há muito tempo e eu não estou participando. A minha decisão eu é que tomo e eu já tomei. Eu vou apoiar Gabriel Azevedo. Se os partidos chegarem a um acordo, entrarei como vice. Se não, entrarei como apoiador — afirmou o ex-vice-governador em entrevista ao Canal Exclusive nesta terça-feira.

Pesa contra os planos do ex-vice-governador, o plano da federação PT-PV-PCdoB de unir a esquerda na cidade. O pré-candidato Rogério Correia, do PT, recentemente angariou o apoio da federação PSOL-Rede e ainda visa atrair o PSB, de Brant, e o PDT, que atualmente tem a deputada federal Duda Salabert na corrida.

— Conversei com o próprio vice-presidente Geraldo Alckmin sobre estar o interesse em estarmos juntos. Conversei com Paulo Brant duas vezes aqui. Acho que é uma hipótese boa de unidade, que pode se estender, inclusive ao MDB do Gabriel — afirmou Correia ao Globo.

Pré-candidato à vice-prefeitura de Belo Horizonte, Paulo Brant se desfiliou do Partido Novo, em 2020, alegando que o partido se recusava a formar uma coalização política para aprovar projetos na Assembleia Legislativa.

Nos últimos anos, a rixa entre Zema e Brant cresceu. O atrito mais recente ocorreu no pleito de 2022, quando, mesmo de dentro do Palácio da Liberdade, o então vice-governador resolveu concorrer por uma chapa adversária, a do candidato Marcus Pestana (PSDB).

Já no segundo turno das eleições presidenciais, vice e governador também divergiram. Enquanto Zema endossou a reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Brant apoiou Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele relata que, diante dessa decisão, ficou isolado no governo:

Nessas eleições, os dois devem seguir caminhos opostos novamente. Zema indica que irá apoiar a pré-candidata do Novo, a ex-secretária de Planejamento Luísa Barreto, enquanto Brant pretende embarcar na pré-candidatura de Azevedo.

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