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DECANO DO STF

Gilmar pede manifestação do Congresso, AGU e PGR sobre rito de impeachment de ministros do STF

Gilmar Mendes pede parecer sobre ações contra impeachment de ministros do STFGilmar Mendes pede parecer sobre ações contra impeachment de ministros do STF - Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

O ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), requisitou nesta quarta-feira, 17, informações do Congresso Nacional, da Advocacia-Geral da União (AGU) e da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre o rito de impeachment de membros da Corte.

Gilmar despachou em duas ações sobre o tema, movidas pelo partido Solidariedade e pela Associações dos Magistrados Brasileiros (AMB) sobre a Lei do Impeachment. Os processo devem ser julgados em conjunto.

O pedido de informações é praxe no rito do STF. Executivo, Legislativo e a PGR devem enviar pareceres a favor ou contra a constitucionalidade da lei. As manifestações servirão de subsídio para os ministros formarem seu convencimento. Não há data para o julgamento.

As ações ainda estão na fase inicial de tramitação - aportaram ontem no tribunal. Cabe a Gilmar Mendes, como relator, solicitar uma data na pauta do STF quando os processos estiverem prontos para serem julgados, o que não tem prazo definido para acontecer.

As ações abordam diferentes pontos da Lei nº 1.079, aprovada na década de 1950 e recepcionada na Constituição. Um dos principais questionamentos é sobre a prerrogativa para denunciar os ministros. Hoje, qualquer cidadão pode entrar com uma representação no Congresso, o que abre caminho para a abertura do processo de impeachment. O Solidariedade defende que apenas o procurador-geral da República tenha esse poder.

O partido e a AMB também afirmam que o quórum exigido para a instauração do processo de impeachment contra ministros do STF deveria ser maior, o que na prática dificultaria o afastamento de membros do tribunal. Segundo as regras atuais, o número de votos para iniciar o processo é menor do que o necessário para aprovar as indicações do presidente ao Supremo.

A associação de magistrados também defende que o STF impeça em qualquer hipótese o afastamento cautelar de ministros durante a tramitação do processo de impeachment.

Os processos chegam ao Supremo em uma temporada de animosidade entre o Judiciário e parte do Congresso na esteira da condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Projetos para interferir no funcionamento do tribunal estão entre as bandeiras da oposição. Dificultar o processo de impeachment dos ministros vai na contramão do que pleiteiam os aliados do ex-presidente.

Em 2021, Bolsonaro chegou a pedir, ele próprio, o impeachment de Alexandre de Moraes, relator do processo que levou à sua condenação, mas a representação nunca foi colocada em votação.

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