Qui, 18 de Dezembro

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DIPLOMACIA

Lula afirma que vai ter conversa com Trump sobre Venezuela antes do Natal

Presidente ofereceu mediação do Brasil em crise diplomática entre Trump e Maduro

Nicolas Maduro e Donald TrumpNicolas Maduro e Donald Trump - Foto: JUAN BARRETO / AFP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira (18) que é preciso haver diálogo na resolução da crise diplomática entre Estados Unidos e Venezuela e que já ofereceu aos presidentes Donald Trump e Nicolás Maduro a mediação do Brasil para uma negociação entre os dois países.

"Estou pensando antes de chegar o Natal eu possivelmente tente conversar com o presidente Trump outra vez para saber o que é possível o Brasil contribuir para que a gente tenha um acordo diplomático e não uma guerra fratricida", disse Lula.

O presidente mencionou outras conversas que já teve neste mês com os dois líderes.

"Eu disse para o Trump da preocupação com a Venezuela, que as coisas não se resolveriam dando tiro. Nunca ninguém disse concretamente por que é preciso fazer essa guerra. Não sei se o interesse é no petróleo da Venezuela, nos minerais críticos, nas terras raras. Ninguém coloca na mesa o que quer. Falei para o presidente Maduro que se ele quisesse que o Brasil ajude, ele tinha que dizer o que ele gostaria que a gente fizesse", afirmou.

Nas últimas semanas, a crise diplomática entre Estados Unidos e Venezuela escalou. O governo do presidente Donald Trump anunciou um bloqueio naval “total e completo” a petroleiros sancionados que entram e saem da Venezuela, intensificando a pressão sobre Caracas ao atingir diretamente o petróleo, principal setor de receita do país, e ampliando as medidas que Washington apresenta como parte de uma campanha contra tráfico de drogas.

O ditador venezuelano Nicolás Maduro, por sua vez, qualificou o bloqueio como uma grave violação do direito internacional, acusando os EUA de “pirataria” e intervenção imperialista nos assuntos internos venezuelanos. Trump, que não reconhece a legitimidade de Maduro na presidência, já o exortou a renunciar.

Nesta semana, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, fez um apelo público para que ambas as partes exerçam contenção e desescalem imediatamente as tensões, reforçando os princípios do direito internacional e a necessidade de preservar a estabilidade regional.

Na América Latina, líderes se posicionaram em relação ao agravamento das tensões. A presidente do México, Claudia Sheinbaum, pediu à ONU uma intervenção para evitar derramamento de sangue e ofereceu seu país como espaço neutro para negociações, enquanto chancelerias como as da China e da Rússia reafirmam apoio à soberania venezuelana, criticando as medidas americanas como unilateralismo e advertindo contra um “erro fatal” que poderia desestabilizar o Hemisfério Ocidental.

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