Sáb, 06 de Dezembro

Logo Folha de Pernambuco
BRASIL

Lula deixará lei que aumenta número de deputados ser promulgada pelo Congresso, dizem auxiliares

Presidente bate martelo nesta quarta (16), prazo limite para uma possível sanção presidencial

Presidente LulaPresidente Lula - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem até esta quarta-feira para decidir se avaliza ou não o projeto de lei que aumenta o número de deputados federais. De acordo com auxiliares, o presidente não irá nem vetar e nem sancionar o texto. Com isso, a proposta passa para promulgação do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Aprovado na Câmara e no Senado, o texto eleva em 18 o número de deputados federais, levando o total de 513 para 531.

Diante crise entre governo e Congresso, articuladores políticos do presidente afirmam que Lula preferiu não se colocar contra o texto, ao vetar, mas optou por também não sancioná-lo, para não ter sua assinatura para sempre vinculada ao projeto.

Lula terá despacho com auxiliares nesta quarta-feira pra avaliar o tema.

Na semana passada, em entrevista ao Roda Viva, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, já havia afirmado que era "pouco provável" que Lula sancionasse o projeto.

— Essa é uma reflexão que o presidente tem que fazer, dada a sua responsabilidade. O presidente é aficionado pela responsabilidade pelo país. Com certeza ele fará as reflexões de cada uma das opções, essa é uma escolha que só cabe a ele — disse Rui Costa.

Nesse momento, um veto ao projeto que aumenta número de cadeiras na Câmara dos Deputados representaria mais um passo na escalada de tensão com o Congresso, especialmente após a judicialização da disputa com os parlamentares por pelo decreto que aumenta o IOF.

Um veto também iria contra a própria defesa que Lula tem feito do princípio de separação de atribuições de cada poder, argumento usado pela Advocacia-Geral da União na ação levada ao Supremo Tribunal Federal contra o Congresso no caso do IOF. Por essa lógica, Lula defende que projetos que surgiram no Congresso e versam sobre o Legislativo são temas que devem ser tratados pelas duas Casas, com menor interferência do Executivo.

O aumento pode trazer um impacto anual de R$ 64,6 milhões, o que seria resolvido com o remanejamento de recursos já previstos no orçamento. Uma emenda do senador Alessandro Vieira (MDB-SE) estabeleceu que as despesas totais do mandato dos deputados não podem ter aumento na próxima legislatura.

A criação de novas vagas, porém, pode desencadear um efeito cascata com a alteração da composição de assembleias legislativas estaduais. O dinheiro reservado a emendas parlamentares também pode sofrer impacto, já que não há previsão sobre o que acontecerá com esse tipo de despesas.

Motivo de uma disputa com o governo, as emendas parlamentares passaram a consumir dezenas de bilhões de reais nos últimos anos. Só neste ano, há autorização para o desembolso de R$ 53,9 bilhões. Atualmente, todos parlamentar tem direito a emendas individuais.

Veja também

Newsletter