Seg, 15 de Dezembro

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CRISE DIPLOMÁTICA

Messias chama de 'atos arbitrários' revogação de visto de ministros do STF pelos EUA

Titular da AGU ainda disse 'nenhum expediente inidôneo ou ato conspiratório sórdido' irá intimidar o Poder Judiciário brasileiro

Advogado-geral da União, Jorge MessiasAdvogado-geral da União, Jorge Messias - Foto: Antônio Cruz/ Agência Brasil

O Advogado-Geral da União, Jorge Messias, defendeu as autoridades do Poder Judiciário do país que tiveram o visto dos Estados Unidos revogado pelo governo de Donald Trump.

Estão na lista o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, outros magistrados da corte e o Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, além de seus familiares.

A revogação foi anunciada na sexta-feira (18) pelo secretário de Estado dos EUA, o republicano Marco Rubio em suas redes sociais, após Moraes impor medidas cautelares contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, como o uso de tornozeleira eletrônica.

Segundo Rubio, o presidente Donald Trump "deixou claro que seu governo responsabilizará estrangeiros responsáveis pela censura de expressão protegida nos Estados Unidos".

Em nota publicada em suas redes sociais, Messias disse que são "atos arbitrários" e assegurou que "nenhum expediente inidôneo ou ato conspiratório sórdido" irá intimidar o Poder Judiciário brasileiro de agir de forma independente e digna.

"Na condição de Advogado-Geral da União da República Federativa do Brasil, considero um dever, nesse momento, expressar apoio e solidariedade aos ministros do Supremo Tribunal Federal e ao Procurador-Geral da República, atingidos, juntamente com seus familiares, por atos arbitrários de revogação de vistos por nação estrangeira, em razão de cumprirem, em termos constitucionais, as suas legítimas funções institucionais."

O titular da AGU afirmou também que "não se pode coadunar com a deturpação" que pretende imputar às autoridades atingidas de prática de atos de violação de direitos fundamentais e de censura à liberdade de expressão, porque, na verdade, a atuação dos ministros do STF e o PGR segue os "estritos limites do ordenamento jurídico, em favor da conservação da integridade da nossa Democracia e dos predicados do Estado de Direito".

"O exercício da jurisdição, no contexto de um sistema de Justiça estável e alinhado com as garantias da cidadania, não pode sofrer, em hipótese alguma, assédio de índole política, muito menos mediante o concurso de Estado estrangeiro."

Messias assegurou ainda que "nenhum expediente inidôneo ou ato conspiratório sórdido" irá intimidar o Poder Judiciário do Brasil "em agir independente e digno".

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