PSD filia José Arruda e prepara lançamento de candidatura ao governo do DF
Ex-governador, no entanto, está inelegível em função de sua condenação por envolvimento em esquema de propinas e depende de novo entendimento da Lei da Ficha Limpa para concretizar candidatura
O PSD realizou ontem à noite a filiação do ex-governador José Arruda e o anunciou como a aposta da sigla para concorrer ao governo do estado, em oposição à vice-governadora Celina Leão (PP), indicada como sucessora do governador Ibaneis Rocha (MDB) e apoiada pelo bolsonarismo no estado.
O anúncio foi feito durante um evento no Centro de Convenções Ulysses, no centro de Brasília, com a presença do presidente do partido, Gilberto Kassab, e outros correligionários, além de parlamentares do bolsonarismo.
Na ocasião, Kassab discursou em favor da indicação do novo integrante da sigla, o descreveu como "uma das pessoas mais bem preparadas da política brasileira" e relembrou a experiência dele no comando do governo do DF. Em sua fala, o dirigente partidário também fez acenos a parlamentares bolsonaristas presentes, o senador Izalci Lucas (PL-DF) e o deputado federal Alberto Fraga (PL-DF).
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— Essa noite traz uma expectativa positiva em relação ao futuro de Brasília. O PSD se organiza para disputar a eleição do ano que vem com os melhores quadros. O PSD de Brasília começa a construir um novo capítulo da sua história. Começa a se preparar para governar Brasília. Arruda é quem melhor conhece os desafios que Brasília tem pela frente. O melhor projeto para Brasília é Arruda — afirmou Kassab.
Arruda foi eleito governador em 2007, mas, em 2010, perdeu os direitos políticos e teve o mandato cassado por participação em um esquema de recebimento de propinas denominado "Caixa de Pandora".
Em outubro deste ano, a defesa dele pediu a anulação de sua condenação por improbidade administrativa, mas teve o pedido negado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Há expectativa, no entanto, de que ele seja beneficiado por mudanças recentes na Lei da Ficha Limpa — que determinaram que o período da inelegibilidade começa a ser contado a partir da decisão que decreta a perda do cargo, decretada para o caso de Arruda há mais de uma década, e não a partir do fim do mandato.
Com a pretensão de voltar ao cenário político após 15 anos afastado, fez menções à "herança" deixada em Brasília pelo ex-presidente Juscelino Kubitschek, responsável pela construção da capital federal, e alfinetou o grupo político de Ibaneis.
— A nossa missão será muito difícil: combater os que têm a máquina, os que têm dinheiro, os que sobram de arrogância. A nossa caminhada não será fácil, mas é necessária se a gente quiser resgatar Brasília. O PSD é o partido pelo qual Juscelino Kubitschek, o maior brasileiro da nossa história, foi eleito presidente da República e, em apenas 3 anos, construiu Brasília e mudou o Brasil — disse durante a cerimônia.
O governador, no entanto, tem sinalizado que apoiará a vice, Celina, como sucessora no comando do estado e que deverá investir em sua candidatura ao Senado, em uma chapa com o aval de representantes do bolsonarismo.
A sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro, por sua vez, deverá apostar no nome da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), para ocupar a primeira vaga em aberto na disputa para o Senado. Já a segunda posição tende a ser ocupada pela deputada federal Bia Kicis (PL-DF), que teve a pré-candidatura anunciada em um evento com a presença de Michelle.

