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Ricardo Nunes evita defender anistia, mas diz que é preciso pautar

Durante abertura da Expo Cristã, prefeito de São Paulo também comentou o voto do ministro Luiz Fux, do STF, que votou por absolver Jair Bolsonaro (PL) do crime de tentativa de golpe de Estado

Ricardo Nunes Ricardo Nunes  - Foto: Nelson Almeida/AFP

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), defendeu que o projeto de anistia aos réus e condenados pelo 8 de janeiro seja pautado na Câmara dos Deputados, mas evitou defender abertamente sua aprovação.

O prefeito, que estava no ato bolsonarista na Avenida Paulista no último domingo (7), ainda saiu em defesa de Tarcísio de Freitas (Republicanos) por ter feito críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF).

— Os deputados têm a sua prerrogativa, eu acho que não pode não pautar, eu acho que não pautar não é correto, não é justo, você tem que dar oportunidade para os deputados, dentro da sua maioria construída para a votação, definir. Eu prefiro não opinar de um lado ou de outro, porque o que eu tenho de opinião convicta é de que não é justo sequer pautar. O que não pode é você não permitir que as pessoas tenham o direito de exercer o seu voto — falou durante abertura da Expo Cristã, em São Paulo.

Nunes participou de um café da manhã ao lado de Adriana Barros, diretora da feira, e dos pastores Estevam Hernandez e Bispa Sônia, da Renascer em Cristo, e Robson Rodovalho, da Sara Nossa Terra.

Indagado pelo Globo sobre o que achou do discurso de Tarcísio no 7 de Setembro, Nunes minimizou os ataques e disse que, historicamente, o governador vinha “tentando dialogar com o Supremo”.
 

— Ele foi um dos que mais vem dialogando com os ministros do Supremo. Ele tem conversado com todo mundo, pedindo pacificação, foi um dos que, nas manifestações anteriores, coordenou muito para que não tivesse nenhum cartaz sobre STF, sobre ministros. Eu acho que o que ele se sentiu foi, de tanta luta, de tanta conversa, de tanto tentar, e as coisas foram só pressionando. E algo que me tocou muito foi o depoimento da Michelle Bolsonaro — falou.

O prefeito citou a fala da ex-primeira-dama sobre as revistas que a Polícia Federal faz diariamente nos carros da família, inclusive quando sua filha, de 14 anos, vai para a escola.

— Quando você atinge uma filha, a gente precisa ter um pouco de sensibilidade também. Todos os exageros a gente precisa contestar. Não é possível achar normal ter um policial lá dentro do terreno, do imóvel que está a esposa, a filha, para quê isso? Eu não estou aqui para avaliar a fala do governador, estou para dizer o seguinte: em algumas situações as pessoas acabam perdendo um pouco as estribeiras de tanto tentar, tentar e se frustrando nas tentativas de pacificação.

O prefeito ainda comentou o voto do ministro Luiz Fux, do STF, que votou por absolver Jair Bolsonaro (PL) e mais cinco réus do crime de tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado democrático de direito, condenando apenas o general Braga Netto e de Mauro Cid pelo crime de abolição do Estado Democrático de Direito.

— É um voto que me parece que tem bastante respaldo do ponto de vista jurídico, o Fux é um juiz de carreira, ele é um juiz concursado, então ele faz as suas colocações muito baseadas no seu histórico de vida, naquilo que ele acredita como magistrado — disse Nunes.

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