STF retoma, com voto de Moraes, julgamento de último núcleo da trama golpista
Ministros analisam acusação contra ex-diretor-geral da PRF, general da reserve e ex-assessores de Bolsonaro
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal ( STF) retomou nesta terça-feira o último julgamento dos núcleos da trama golpista. Está sendo julgado o chamado "núcleo dois", acusado de "gerenciar" as atividades da organização que tentou manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder. A análise foi reiniciada com o voto do relator, ministro Alexandre de Moraes.
Fazem parte do grupo seis réus: o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques, o general da reserva Mario Fernandes, os ex-assessores presidenciais Filipe Martins e Marcelo Câmara e os ex-diretores do Ministério da Justiça Marília Alencar e Fernando Oliveira. Todos negam as acusações.
Depois de Moraes, votam os demais integrantes do colegiado: Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Flávio Dino, que é presidente da Primeira Turma.
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), os integrantes do grupo foram responsáveis por elaborar a chamada “minuta do golpe”, articular uma ação da PRF paradificultaro voto de eleitores daRegião Nordestenas eleições de 2022 e, ainda, de elaborar o plano “Punhal Verde Amarelo”, que previa o assassinato deautoridades.
Os seis respondem pelos crimes de tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, envolvimento em organização criminosaarmada,deterioraçãodo patrimônio tombado edano qualificado porviolência egrave ameaça ao patrimônio da União.
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Na semana passada, as defesas dos seis réus pediram sua absolvição.
Já o procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu a condenação dos seis, classificou os atos do grupo como "graves" e disse que as tentativas dessas pessoas miraram na "instalação do caos social".
— As alegações finais descreveram de forma exaustiva os inúmeros alertas recebidos pelos acusados sobre os riscos das mobilizações previstas para o auto alijamento, evidenciando que eles deveriam ter agido para impedir as barbaridades vivenciadas. Ao contrário, optaram por permitir a escalada do caos social no esforço derradeiro e provocar a intervenção militar desejada pela organização militares.
Segundo Gonet, os réus processados foram responsáveis por gerenciar as principais iniciativas da organização criminosa.
— É evidente a contribuição decisiva que proporcionaram para a caracterização dos denunciados, valendo-se de suas posições profissionais relevantes e conhecimentos estratégicos — afirmou.

