Óleo de coco: comer ou não, eis a questão!
Com tantas idas e vindas sobre os benefícios de alguns alimentos, a única certeza é que unanimidade passa longe da cozinha. Óleo de coco, margarina e ovo são só alguns dos ingredientes do dia a dia mais visados pela ciência atualmente
O relatório caiu feito uma bomba no colo de consumidores de todo o mundo ao pedir mais prudência. O tema, aliás, também chamou a atenção da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), que, em seu posicionamento oficial, disse não haver estudos clínicos garantindo benefícios ao público que também faz uso dentro de uma dieta preventiva para doenças crônicas e até no tratamento da obesidade. O mais adequado, segundo a instituição, é substituir por óleos mono ou poliinsaturados, como o de girassol, soja e milho. Surge um novo vilão no mercado?
Logo, você pode até se perguntar porque o óleo de coco vem sendo tão recomendado para o processo de emagrecimento. A razão, segundo a nutricionista Joyce Moraes, está no fato de sua gordura saturada ser de cadeia média. “Ao chegar no intestino, ele vai direto para o fígado, estimulando um processo chamado beta-oxidação, que provoca o aumento do metabolismo. Mas o que eu quero chamar atenção é para os excessos, pois não é algo proporcional como ‘quanto mais eu consumo, mais rápido será meu metabolismo’. Não é assim, porque sabemos que até as coisas boas, em excesso, fazem mal”, detalha.
Altos e baixos
Mas antes que divulguem as cenas dos próximos capítulos...ou estudos, vale lembrar que acompanhar uma pesquisa alimentar nunca foi tarefa tão simples assim. Com o avanço dos recursos tecnológicos, tendências de consumo da população e até mesmo interesses da indústria, os pesquisadores se apressam em entender mais sobre o produto disposto nas prateleiras.
Não é à toa que uma simples procura no Google pela palavra ‘emagrecer’ lista mais de 19 milhões de resultados envolvendo dicas e segredos com dietas naturais ou não. Entre tantas possibilidades, pouco consenso. “E por que os estudos sobre esse tema são controversos? Porque a gente sabe que eles são feitos com poucas pessoas”, rebate a nutricionista Joyce Moraes ao defender que é difícil atribuir a perda de peso a um fator só.
Ainda segundo a especialista, a melhor forma de lidar com um relatório científico é fazer sua leitura na íntegra, atento na metodologia, e não apenas na parte de conclusões. Que o diga as polêmicas em torno do famigerado ovo e a dúvida que sempre pairou sobre os reais benefícios à saúde. “O estudo que popularizou o ovo como vilão pegou um grupo de pessoas que, além da dieta normal, pediu pra ele comer 25 ovos por dia, e então, comprovou-se o aumento do colesterol. Mas não é preciso ser um pesquisador para observar que, se você ingerir essa quantidade diariamente, além da dieta normal, todas as suas taxas aumentarão”, afirma.
Recentemente, outro alvo de interrogações vem sendo o adoçante e a manchete de que ele causa a obesidade. A explicação mais detalhada diz que, ao inserir o adoçante na bebida, há um estímulo na parte da língua responsável pela sensação de doce, fazendo o indivíduo querer sentir mais esse gosto doce na boca ao longo do dia, o que aumenta as suas chances de engordar. Mas, lembre-se que nada pode ser analisado por um ângulo só. Prova disso também está na recente pesquisa do Ministério da Saúde, com dados do Vigitel, afirmando que a obesidade cresceu 60% nos últimos dez anos, mesmo com a população modificando seu estilo de vida, com inclusão de exercícios na rotina e melhoras na alimentação. Você arriscaria em dizer o que as pessoas andam errando ou acertando nesse prato?

