“A gente não quer que a Alepe vire um Congresso Nacional”, diz Rosa Amorim sobre PEC das Emendas
Deputada é contra elevar o valor das emendas parlamentares de Pernambuco
Em meio às discussões sobre a possibilidade de dobrar o valor das emendas parlamentares em Pernambuco, de 0,9% do orçamento do estado para 1,55%, ainda em 2027, a deputada estadual Rosa Amorim (PT) se coloca contra a proposta. A declaração foi concedida na manhã desta quinta-feira (27), durante entrevista à Rádio Folha FM 96,7, quando a parlamentar comparou o sequestro do orçamento do Congresso Nacional à atual situação da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).
“O Congresso Nacional, por exemplo, tem grande parte desse orçamento em prol dos interesses dos próprios deputados. E nós temos muito receio que isso venha a acontecer no estado de Pernambuco. É importante que a gente tenha um orçamento no qual tá na mão do poder executivo fazer todo o processo de planejamento, de fazer uma injeção desse recurso para saúde, para educação, para estrutura”, afirmou.
Na opinião da deputada, se o projeto de ampliação das emendas parlamentares for aprovado sem o escalonamento proposto pelo Governo do Estado - que aumentaria progressivamente o valor ano a ano - muitas pautas de interesse público em Pernambuco não teriam mais prioridade, e ficariam descobertas pelo orçamento público.
“Então, eu sou contra dobrar o valor das emendas, e nós estamos no meio desse embate dentro da Casa, e a gente não quer de forma alguma que a Assembleia Legislativa vire um Congresso Nacional”, complementou Rosa.
O projeto inicial de expansão do valor das emendas foi sugerido pelo deputado estadual Alberto Feitosa (PL), que propôs um aumento de 2%, sem escalonamento. Porém, a Casa Legislativa considerou o projeto inconstitucional.
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Indicação de Messias
Quando Lula anunciou, no Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, o nome escolhido para concorrer à vaga deixada por Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF), era esperado que a indicação fosse ser uma mulher negra, segundo Rosa.
“Tínhamos a expectativa de que o presidente pudesse ter escolhido uma mulher negra para ocupar o posto. Mas, escolhido o [Jorge] Messias, nós estamos na expectativa”, alegou a parlamentar, que, apesar da escolha não ter sido a esperada, vai apoiar a candidatura de Jorge Messias, por ele representar os projetos do campo progressista.
Eleições 2026
Rosa Amorim também comentou sobre o cenário pernambucano para as eleições ao governo do Estado em 2026. Para a deputada, o PT deve tentar ampliar os palanques para fortalecer a reeleição do presidente Lula, apoiando tanto a candidatura do prefeito do Recife João Campos (PSB), quanto a da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSD).
“Seria muito importante [termos] os dois principais candidatos ao governo do estado falando que o melhor para Pernambuco é a continuação do que a gente vem construindo desse projeto [de Lula]. Então, a gente tem uma expectativa de que quanto mais ampla essa frente, mais importante será para o fortalecimento da nossa democracia e do nosso projeto principal que é reeleger Lula em 2026”, explicou.
Também em Pernambuco, Rosa afirmou que o Partido dos Trabalhadores defende os interesses da população, e que, apesar do PT historicamente apoiar os candidatos do PSB, os parlamentares veem cada vez mais a necessidade de dar sustento a projetos, e não a nomes.
“O nosso mandato, o PT, tá do lado do povo, nós apoiamos o governo de Raquel Lyra com ele consegue a duplicação da BR-232, quando conquistamos o programa das cozinhas solidárias, quando ela consegue fazer a instalação de ar-condicionados em escolas públicas. Mas nós não estamos com o governo na privatização da compesa e do metrô do Recife”, disse.
Veja a íntegra da entrevista:



