A rearrumação de João Campos, a partir da saída do PSD, e os incômodos do PT
A aproximação do prefeito do Recife, João Campos (PSB), com o ex-prefeito de Petrolina Miguel Coelho (União Brasil) e seu grupo político, após a saída do Partido Social Democrático da base de apoio do gestor, tem estremecido outra ponta.
O Partido dos Trabalhadores não está nem um pouco satisfeito com o rumo que a prosa está tomando. Alega, na condição de aliado, não ter sido ouvido em momento algum. Observa que uma possível aliança coloca o PT em situação desconfortável, porque o grupo da cidade sertaneja apoiou a reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O PT, que tem duas secretarias na Prefeitura do Recife - Habitação e Meio Ambiente - reforça o discurso que vem pregando nos últimos tempos: o de que aliados precisam ser tratados como aliados.
Ontem o prefeito anunciou que a Secretaria de Turismo e Lazer - ocupada até quinta-feira por Cacau de Paula, filha do ministro da Pesca, André de Paula, presidente estadual do PSD - será interinamente gerida pelo secretário-executivo Mustafá Dias.
"Não existe nenhuma decisão tomada, não há nenhum nome cravado Ao longo desta semana, a gente vai avançar, e nos próximos dias deve efetivar o nome que vai tocar essa secretaria importante", informou, ao ser indagado se a pasta está reservada para os Coelhos. O prefeito também confirmou ter conversado com outras forças políticas, entre elas, a ex-deputada federal Marília Arraes (Solidariedade).
"A política se faz no diálogo. Não adianta você dizer que defende diálogo e não dialogar. Eu diria que converso no dia a dia com muita gente. Sempre com foco na gestão. Quando passa ali do período do expediente, você também agrega a força política que isso faz diferença", declarou, após lançar a I Olimpíada de Matemática do Recife, na Escola Municipal Karla Patrícia, em Boa Viagem.
Seis estudantes, dois professores e um gestor serão premiados com viagem aos Estados Unidos. Vão visitar a Disney e a Estação da Nasa. As inscrições estão abertas e seguem até o dia 1º de setembro.
Participaram do evento, o secretário de Educação do Recife, Fred Amancio; a deputada federal Tábata Amaral (PSB-SP) e os vereadores Ana Lúcia Ferreira (Republicanos) e Paulo Muniz (Solidariedade).
Sobre gratidão e lealdade
Diante da rearrumação, a partir da saída do PSD, João Campos avisou seguir os passos do pai, o ex-governador Eduardo Campos (1965-2014). "Aprendi com ele a fazer política com convicção, com lealdade, guardando valores importantes. Vou seguir valorizando quem está perto e, sobretudo, quem tem as mesmas causas. O que me traz aqui é a mesma causa que um dia trouxe Miguel Arraes e Eduardo. A gente tem lado. A gente sempre vai estar do lado de quem precisa." Na última sexta-feira, depois da posse de Cacau de Paula como secretária de Cultura do Governo Raquel Lyra (PSDB), o ministro André de Paula disse ser grato ao prefeito.
EMOÇÃO > A deputada federal Tábata Amaral, 1ª colocada na I Olimpíada de Matemática do Brasil, criada pelo então ministro Eduardo Campos, estimulou alunos a não desistirem de seus sonhos: "Não tenham medo. Vocês serão o que quiserem ser."
REDE > João Campos disse ter na sua equipe o melhor secretário de Educação do Brasil, e homenageou o professor Osvaldo Amorim, que lhe ensinou Matemática no Colégio das Damas. Hoje está na Escola Municipal Reitor João Alfredo, na Ilha do Leite.
PODER > Após troca de acusações em reunião do Cidadania, o presidente nacional do partido, Roberto Freire, sugeriu um congresso extraordinário para resolver o que chamou de "embate interno". Ele comanda a legenda há 31 anos (antes PCB e PPS).
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