Álvaro Porto critica anúncios da segurança pública e Raquel Lyra sai em defesa da gestão
O presidente da Alepe, Álvaro Porto, acusou o Palácio de fazer uma espetacularização nas entregas dos equipamentos da segurança pública
Em mais um capítulo das tensões entre o governo do estado e a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), o presidente da Casa, deputado Álvaro Porto (PSDB), acusou o Palácio do Campo das Princesas de fazer uma espetacularização nas entregas dos equipamentos da segurança pública, em sessão plenária na manhã desta quarta-feira (19). Em resposta, a governadora Raquel Lyra (PSD) defendeu os números obtidos na área de segurança.
"O compromisso visto até o momento com a segurança tem sido apenas com a espetacularização das cerimônias de nomeações de policiais e de entrega de veículos e armas", disse Álvaro Porto.
O deputado afirmou, ainda, que o governo criou um quadro "artificial" na área. "O cenário criado pelo governo é tão artificial que nem a própria governadora acredita no discurso que a gestão produziu", opinou.
Polícia Civil
O parlamentar também comentou a saída do ex-chefe da Polícia Civil de Pernambuco Renato Leite. Na avaliação do deputado, a saída se deu porque a governadora teria "esticado a corda da Polícia Civil a ponto de o delegado-geral da instituição, Renato Márcio Rocha Leite, ter pedido para sair há cerca de 15 dias".
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Defesa
Durante a entrega da nova Policlínica da Polícia Civil de Pernambuco (PCPE), nesta quarta, a governadora Raquel Lyra reafirmou o potencial dos resultados obtidos pelo estado, e disse que um governo que investe, em uma única entrega, R$ 4,6 milhões na segurança - como foi o caso da nova policlínica - está comprometido com a proteção do povo pernambucano.
“A gente tem investido em segurança pública e acho que a resposta [para o pronunciamento do deputado] são os números, mais do que tudo, dos investimentos, da contratação de novas pessoas, da construção de novas delegacias, batalhões, do cuidado que a gente vem tendo, são dois bilhões e R$ 300 milhões de investimento [ao todo]. Eu estou no governo para governar, para fazer investimento, para garantir que os serviços possam ser melhorados, e vou continuar assim”, rebateu a gestora estadual.
Empréstimo
A pauta do empréstimo de R$ 1,7 bilhão para o estado também apresenta entraves entre os poderes executivo e legislativo de Pernambuco. Por isso, Raquel aproveitou sua primeira agenda do dia para pedir celeridade na votação deste empréstimo, que está há 170 dias tramitando na Casa. A gestora afirmou que o povo pernambucano não pode esperar até 2026 para que esses investimentos sejam convertidos em ações.
“Pernambuco tem pressa, não sou eu que tenho. Não estou dizendo que assim haja obrigação [de aprovar o empréstimo], porque tem independência dos poderes de aprovar, mas colocando em plenário, a firme maioria da Assembleia Legislativa tem aprovado quase por unanimidade todos os projetos de lei que a gente tem mandado. Então, colocando aqui o bom senso à mesa, esse recurso não é para mim, é para o povo de Pernambuco. Esses recursos estão sendo utilizados com muita transparência”, afirmou.
Raquel ainda disse que os jogos políticos devem ficar em 2026, durante as eleições, e que os procedimentos do estado não podem ser votados com parcialidade, mas sim com espírito de união.
”Eu fui presidente da Comissão de Justiça da Assembleia Legislativa por quatro anos, fui deputada por seis e a gente sempre aprovou operações de crédito em 40, 48, 72 horas. Naquela ocasião era base do governo e Priscila [Krause] era oposição, mas Priscila nunca interrompeu qualquer aprovação de operações de crédito, só falava sobre a necessidade de acompanhamento e de fiscalização do uso dos recursos”, complementou a gestora estadual.



