Cenário favorável à aliança com o PT-PE
Segundo Costa, o diálogo, sem Barbosa, torna a aliança mais palatável para alguns petistas. “(A decisão de não se candidatar) Torna menos difícil o debate sobre aliança, pois quebra algumas dificuldades e argumentos fortes que (petistas) colocavam como empecilho”, declarou. Ele é um dos fiadores da costura com o PSB, que pode viabilizar a sua reeleição, visto que uma ala petista pleiteia uma das vagas ao Senado Federal para Costa. O PSB já sinalizou positivamente.
O senador, todavia, afirmou que a desistência foi boa para o PSB e sua trajetória de centro-esquerda - que era incompatível com a do ex-ministro - e também para o Brasil. “Com todo respeito, (Barbosa) não tem experiência administrativa e política. Jamais conseguiriam enfrentar de forma racional os conflitos na esfera pública”, declarou Costa.
Nos bastidores, socialistas ponderam que algumas vozes petistas não simpatizavam com Barbosa por causa do mensalão e a saída dele do jogo eleitoral deve tirar esse obstáculo e deixar um ambiente favorável para o realinhamento. Alguns deles se disseram aliviados com a decisão do ex-ministro, pois viabiliza alguns palanques regionais, inclusive, em Pernambuco.
Com a saída do ex-ministro, diminuem chances de Marília - Crédito: Arthur de Souza/Folha de Pernambuco
Os presidentes nacionais Carlos Siqueira, do PSB, e Gleisi Hoffman, do PT, vêm costurando essa e outras alianças regionais. Câmara convidou o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), para uma nova visita ao Recife. Esse movimento, todavia, começou com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda no ano passado. Em paralelo, petistas estimularam a postulação de Marília Arraes, mas não souberam freá-la. Hoje, o partido está dividido entre candidatura própria, com Marília, ou aliança com Paulo Câmara. A decisão deve sair até dia 10 de junho.
Na última semana, a deputada estadual Teresa Leitão (PT) avaliou que a possível postulação de Barbosa ao Palácio do Planalto pelo PSB não interferia em nada para quem defendia a candidatura própria do PT ao governo estadual, com Marília, como ela defende. Segundo a petista, isso poderia interferir para os correligionários que pregavam a aliança. Nas hostes petistas, o nome de Barbosa ampliava a resistência a uma aliança com o PSB.
O presidente estadual do PT, Bruno Ribeiro, disse que preferia não comentar sobre o anúncio do ex-ministro e reafirmou que as articulações dos partidos de centro-esquerda estão ocorrendo nas direções nacionais dos partidos. A reportagem tentou contato com a vereadora do Recife, Marília Arraes (PT), mas ela não quis se pronunciar. Também procurou o governador Paulo Câmara, que não quis se manifestar.



