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Ciro Gomes diz sentir-se traído por ex-aliados no Ceará e não inclui visita ao Estado

Presidenciável esteve na Bahia e em Sergipe, antes de Pernambuco, e nesta sexta deverá chegar à Paraíba

Foto: Alexandre Aroeira/Folha de Pernambuco

Durante a inauguração do comitê de campanha no Recife, na manhã desta quinta-feira (15), o candidato à presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, afirmou sentir-se traído por antigos aliados e decidiu não incluir visita a Fortaleza durante sua passagem pelo Nordeste. O Ceará é seu principal reduto eleitoral. Governou o Estado de 1991 a 1994 e foi prefeito de Fortaleza, de 1989 a 1990.

 

 

"Não cancelei agenda em Fortaleza. Apenas não quero ir. Nem queria comentar. Tenho notícias muito tristes do que tem. acontecido. É muito duro uma pessoa como eu dar a vida inteira para uma comunidade, preparar líderes importantes, e sentir a faca da traição nas minhas costas. Eu não quero ir lá para não ter tristeza. Estou feliz, estou alegre. Meu lugar é disputar o Brasil, não é disputar com traidores. O povo que resolva. Já devo tanto ao Ceará que o que eles fizerem comigo, eu já estou agradecido", pontuou ao ser questionado por que teria cancelado compromisso de campanha naquele Estado

O presidenciável rompeu este ano uma aliança histórica que tinha com o Partido dos Trabalhadores no Ceará. Inicialmente o partido de Ciro Gomes teria prioridade para escolher o candidato da chapa ao governo estadual e indicou o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio. A decisão não agradou os petistas, que decidiram lançar a candidatura do advogado Elmano de Freitas, que está em seu segundo mandato de deputado estadual.  Agora, Roberto e Elmano disputam uma vaga no possível segundo turno contra o bolsonarista Capitão Wagner (UB).

Ciro Gomes visitou Irecê e Salvador, na Bahia, esteve em Aracaju, capital de Sergipe, antes de chegar ao Recife. Vai a Campina Grande, na Paraíba, nesta sexta-feira. Depois segue para a Região Norte, onde deve chegar a Belém e Macapá, para falar, entre outras coisas, sobre a situação da floresta amazônica.

Ataques a Lula e Bolsonaro
O candidato lembra que o Brasil passou pelo processo de redemocratização mas nunca conseguiu reorganizar a economia. Registrou que todos os governantes "se venderam à corrupção": e citou "Fernando Collor foi cassado, Fernando Henrique Cardoso desmoralizou o PSDB, Lula foi parar na cadeia, Dilma foi cassada, Michel Temer parou na cadeia e Bolsonaro está desmoralizado. Todos governaram com o mesmo modelo econômico e o mesmo jeito de organizar a política"

Terceiro colocado nas pesquisas, distante dos dois primeiros, Ciro Gomes acredita ser possível mudar o cenário. "A gente pode virar honesta e friamente porque modernamente um escorregão em um debate pode destruir uma candidatura ou fazer outra subir", aposta, acrescentando que o país não suporta repetir mais do mesmo há 25, 30, 40 anos. Diz ter conseguido preservar-se "limpo" e dispara contra Lula e Bolsonaro.

"Bolsonaro um grande picareta, com a família toda envolvida em falcatrua, vai pra cima do Lula (no debate na televisão) denuncia a corrupção e Lula se avacalha diante de toda a nação brasileira porque não tem moral para encarar Bolsonaro", enfatiza, dizendo que Lula não é inimigo do povo. "Quem me conhece sabe que nos últimos 30 anos duvido que Lula tenha achado no PT um amigo mais leal, um companheiro mais disposto a ajudá-lo quando entendi ser necessário. Digo com muita dor: Lula se corrompeu, se vendeu ao sistema, e vendeu o Brasil como de novo está vendendo", acusou.

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