Dança das cadeiras muda composição de CPI na Alepe
Manobras para alterar composição das bancadas de partidos na Alepe deram maioria para a oposição
Uma dança das cadeiras de deputados da oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) marcou o último dia do prazo para a indicação dos blocos partidários para a composição da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que vai investigar contratos do governo estadual. Em uma manobra de última hora, o PSB cedeu três parlamentares para se filiarem a partidos integrantes do bloco governista e reverter a vantagem do governo no colegiado.
As mudanças costuradas pela oposição foram a migração de Diogo Moraes para o PSDB, de Waldemar Borges para o MDB e de Júnior Matuto para o PRD. Todos deixaram o PSB, principal partido de oposição da Casa.
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Indicações
Com as mudanças, o prazo para as indicações foi encerrado às 19h de ontem com uma composição desfavorável para o Palácio do Campo das Princesas de cinco votos a três. Do bloco oposicionista, foram escolhidos os deputados Diogo Moraes (PSDB); Waldemar Borges (MDB); Rodrigo Farias (PSB); Dani Portela (Psol) e Antonio Coelho (UB). Já os deputados Antônio Moraes (PP); João Paulo (PT) e Wanderson Florêncio (SD), e o deputado Nino de Enoque (PL) possuem alinhamento com o governo.
Os suplentes do colegiado serão os deputados Cayo Albino (PSB); Edson Vieira (UB); Izaías Régis (PSDB); Joaquim Lira (PV); Luciano Duque (SD); Mário Ricardo (Republicanos); Cleiton Collins (PP); Renato Antunes (PL) e Sileno Guedes (PSB).
Início
Mesmo com prazo de 15 dias após a indicação dos partidos para a instalação, o presidente Álvaro Porto convocou já para hoje a reunião que vai abrir os trabalhos da CPI e eleger o presidente, vice-presidente e relator. Diante da movimentação, a líder do governo na Alepe, deputada Socorro Pimentel (UB), criticou a estratégia usada pelos deputados do PSB, classificando como antecipação das eleições. Ela sinalizou a intenção do governo de judicializar a manobra.
“A gente tem que buscar uma alternativa fora desse poder. Já vimos que dentro desse poder não vamos conseguir avançar em nada. Então a gente precisa avançar através da Justiça, sim. Mas isso é uma pauta que a gente ainda vai conversar”, declarou.
Apesar de demonstrar surpresa com a manobra, a deputada afirmou que o governo encara com tranquilidade a situação e confia na integridade da licitação realizada pelo governo. “A gente vê neste momento o desespero da oposição para fazer o que puder para arranhar a imagem da governadora, desestabilizar o governo e impedir que avance mais. Isso não vai acontecer”, cravou Socorro.
Após as manobras da oposição, o deputado estadual Cayo Albino acabou assumindo o posto de líder do PSB na Casa. Antes, a vaga era ocupada por Diogo Moraes, que migrou para a legenda tucana. O gestor defendeu o trabalho de fiscalização da CPI.
Sobre as críticas de que o bloco oposicionista estaria antecipando o debate eleitoral, Cayo Albino rebateu. “Vamos trabalhar para seguir fazendo de 2025 um ano de trabalho. Entendo que, como parlamentar, fiscalizar o que o governo faz é mais do que uma atribuição, é uma obrigação”, declarou.



