Eleva a tensão entre EUA e Rússia: entenda o conflito e suas consequências
A decisão da Rússia de reconhecer a independência do território separarista pró-Rússia na Ucrânia e ter encaminhado militares “para pacificar” a região elevou a tensão com os EUA, Ucrânia e membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Para o cientista político e professor da Faculdade Damas, Élton Gomes, a atuação do presidente russo, Vladimir Putin, busca escalar o conflito e dar um "recado claro ao ocidente".
O governo Putin não permitirá que a Ucrânia entre na Otan ou que mantenha proximidade militar com EUA, Europa Ocidental e Reino Unido, pois os russos consideram que a Ucrânia é parte da sua área de influência", diz Élton, ponderando que o o atual presidente ucraniano atua pró-ocidente. Gomes explica que, ao reconhecer a independência de Donetsk e Luhanski, Putin se coloca contra a soberania ucraniana.
"Ele se coloca em rota de colisão com o estado ucraniano, que considera esses grupos rebeles como forças que atuam ilegalmente no País", pontua.
Crise diplomática
Ele acrescenta que, com esse movimento, além de criar uma "nova crise diplomática", Putin busca se munir com justificativas para uma possível entrada em território ucraniano. "Ele dá uma cartada. Ele pode alegar que em nome da proteção desses estados independentes, poderia enviar tropas em socorro aos separatistas. Ele cria um instrumento a mais de força", avalia Élton.
Reconhecimento de território
O dia começou com o presidente russo reconhecendo a independência das regiões de Donetsk e Lugansk, na Ucrânia. Nessa região, concentra separatista pró-Rússia. Logo em seguida, Putin anunciou o envio de tropas para a região com o intuito de assegurar a paz,o que foi considerado pelos EUA e a OTAN um atentado contra a soberania da Ucrânia. De imediato, o EUA anunciaram sanções contra territórios rebeldes reconhecidos pela Rússia no leste da Ucrânia e alertaram que estão prontos para outras medidas, se necessário.
O presidente Joe Biden emitirá uma ordem executiva para "proibir novos investimentos, comércio e financiamento de pessoas dos EUA para, de ou nas chamadas regiões Donetsk e Lugansk da Ucrânia", disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki.
Entenda a crise:
Qual o ponto principal desse momento da crise entre Rússia e Ucrânia?
A Rússia quer evitar a entrada da Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), grupo formado por 30 países, que consiste em uma aliança militar composta por países da América do Norte e Europa. A Otan foi criada a partir da escalada da Guerra Fria. A Otan mantém o princípio de encarar um ataque armado a qualquer um dos membros como um ataque a todos os membros.
Por qual razão a Rússia não quer a Ucrânia na Otan?
De acordo com Vladimir Putin, a entrada da Ucrânia na Otan levaria ameaça à fronteira russa e colocaria em risco a hegemonia do País no leste europeu. Não agrada a ideia de ter tropas do ocidente, sobretudo dos EUA, tão próximas do território russo. A organização, por outro lado, defende que, por se tratar de um país independente, a Ucrânia tem direito de buscar a entrada na Otan.
Por que há tensão entre EUA e Rússia?
Os EUA têm denunciado o acúmulo de militares russos na fronteira com a Ucrânia e enxergam, já há algum tempo, risco iminente de invasão russa. Os EUA acreditam que a Rússia está prestes a atacar a capital da Ucrânia, Kiev, e se colocam a postos para atuar junto à Otan na defesa do território ucraniano. O governo russo, por sua vez, alega que os EUA estão alimentando a crise e que desejam um conflito.



