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Entidades de direitos humanos defendem nome de Ivan Moraes

Representantes de entidades de direitos humanos entregaram documento ao vereador Carlos Gueiros (PSB)Representantes de entidades de direitos humanos entregaram documento ao vereador Carlos Gueiros (PSB) - Rafael Furtado/Folha de Pernambuco
Um grupo de entidades ligadas aos direitos humanos entregou, na manhã desta segunda-feira (23), uma carta aberta na Câmara de Vereadores defendendo o nome do vereador novato Ivan Moraes Filho (PSOL) para comandar a Comissão de Direitos Humanos da Casa. O documento está subscrito por 103 entidades e foi protocolado no gabinete do presidente da Casa de José Mariano, Eduardo Marques (PSB), que não estava presente. O psolista vai disputar a vaga com a vereadora Michele Collins (PP), que esteve à frente do colegiado nos últimos anos.

Antes de protocolar o documento, o grupo percorreu alguns gabinetes de vereadores para entregar a carta em mãos. Como ainda corre o recesso do Legislativo, poucos parlamentares estavam no local para conversar com os movimentos.

“A gente veio protocolar nos gabinetes dos vereadores que compõem a Comissão Executiva da Mesa Diretora da Câmara e também ao presidente da Câmara de Vereadores. A gente veio aqui entregar essa carta exigindo que o Ivan Moraes seja o novo presidente da Comissão de Direitos Humanos desta Casa, entendendo toda a trajetória histórica e militante de verdade que ele tem na Cidade do Recife, no Estado de Pernambuco, que abraça os direitos humanos”, explicou Edna Jatobá, da coordenação executiva do Gajop.

A ideia do grupo é voltar após o recesso parlamentar para intensificar o trabalho de convencimento dos vereadores em escolher o psolista para ocupar o posto. O grupo argumenta que o fato de Michele Collins ter sido a vereadora mais votada em 2016 não é passe livre para que a parlamentar ocupe o posto. Além disso, as posturas de Michele à frente do colegiado também foram criticadas pelos movimentos.

“A gente entende que não é legal que seja uma pessoa que tenha posições tão conservadoras, que não tenha aderência nos movimentos sociais, na sociedade civil organizada, que defende historicamente essa pauta assuma a presidência dessa comissão tão importante como está pleiteando Michele Collins. Vereadora que aproveita desses espaços para dizer que a mulher deve ser submissa ao seu marido, para ir de encontro a uma política de redução de danos muito importante que tem sido construída de maneira muito presente com a participação da sociedade civil de pensar direitos humanos a partir de outro aspecto que não contempla quem diariamente sofre esses direitos e quem luta por eles”, continuou Edna Jatobá.

Representante da ONG Natrape, Roberta Campos questionou a representatividade de Michele Collins para assumir a comissão. "Quem trabalha com direitos humanos é vocação. Se não tiver vocação, não adianta", disse. "Quero saber o que ela quer. Porque interesse realmente de representar a população menos favorecida, as comunidades, as pessoas que a sociedade joga para a marginalidade, ela não vai fazer isso. Temos que ter representatividade", completou.

"Ivan foi eleito com a bandeira de direitos humanos. É um cara que tem uma militância e uma trajetória na defesa dos direitos humanos. A gente entende que o nome dele contempla uma diversidade de causos e segmentos. É importante frisar que a candidatura dele não é contra, não é enfrentamento à bancada evangélica ou aos evangélicos, na verdade é a perspectiva de contemplar todo mundo nessa comissão que abarca um conjunto de causas e nós do MTST, cuja base é evangélica, mas a gente reconhece que o evangélico também luta por outras causas", explicou, Rudrigo Rafael, coordenador do MTST.

Um dos poucos vereadores presentes na Casa, Carlos Gueiros recebeu uma cópia da carta aberta. O parlamentar afirmou que quem decide sobre as comissões é o presidente e que a presidência das comissões "faz parte do acordo para a eleição da Mesa".

"Se negocia na hora da eleição da Mesa, se negocia todo o acordo. Fulano é presidente, o outro é primeiro vice. O outro é secretário, o outro vai ser presidente da comissão tal ou qual. A oposição não quis fazer uma chapa única, ela fez a chapa dela. Então, ela não entrou no acordo da distribuição porque ela resolveu fazer uma chapa de oposição por mais que nós tenhamos pedido, eu, por exemplo, era candidato e fiz a composição para que a gente pudesse separar a Câmara do Poder Executivo. Porque a oposição que existe aqui é ao Poder Executivo e não a Casa. Então, se saíssemos num entendimento numa chapa, nós dávamos um entendimento que nós éramos uma unidade. Mas a oposição quis também sair como oposição na Câmara. Mas, de qualquer forma, não é a gente que opina. Quem decide é o presidente para cumprir compromissos. Então, eu acho que é intempestivo o que estão fazendo agora", explicou.  

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