Entidades de direitos humanos defendem nome de Ivan Moraes
Antes de protocolar o documento, o grupo percorreu alguns gabinetes de vereadores para entregar a carta em mãos. Como ainda corre o recesso do Legislativo, poucos parlamentares estavam no local para conversar com os movimentos.
“A gente veio protocolar nos gabinetes dos vereadores que compõem a Comissão Executiva da Mesa Diretora da Câmara e também ao presidente da Câmara de Vereadores. A gente veio aqui entregar essa carta exigindo que o Ivan Moraes seja o novo presidente da Comissão de Direitos Humanos desta Casa, entendendo toda a trajetória histórica e militante de verdade que ele tem na Cidade do Recife, no Estado de Pernambuco, que abraça os direitos humanos”, explicou Edna Jatobá, da coordenação executiva do Gajop.
A ideia do grupo é voltar após o recesso parlamentar para intensificar o trabalho de convencimento dos vereadores em escolher o psolista para ocupar o posto. O grupo argumenta que o fato de Michele Collins ter sido a vereadora mais votada em 2016 não é passe livre para que a parlamentar ocupe o posto. Além disso, as posturas de Michele à frente do colegiado também foram criticadas pelos movimentos.
“A gente entende que não é legal que seja uma pessoa que tenha posições tão conservadoras, que não tenha aderência nos movimentos sociais, na sociedade civil organizada, que defende historicamente essa pauta assuma a presidência dessa comissão tão importante como está pleiteando Michele Collins. Vereadora que aproveita desses espaços para dizer que a mulher deve ser submissa ao seu marido, para ir de encontro a uma política de redução de danos muito importante que tem sido construída de maneira muito presente com a participação da sociedade civil de pensar direitos humanos a partir de outro aspecto que não contempla quem diariamente sofre esses direitos e quem luta por eles”, continuou Edna Jatobá.
Representante da ONG Natrape, Roberta Campos questionou a representatividade de Michele Collins para assumir a comissão. "Quem trabalha com direitos humanos é vocação. Se não tiver vocação, não adianta", disse. "Quero saber o que ela quer. Porque interesse realmente de representar a população menos favorecida, as comunidades, as pessoas que a sociedade joga para a marginalidade, ela não vai fazer isso. Temos que ter representatividade", completou.
"Ivan foi eleito com a bandeira de direitos humanos. É um cara que tem uma militância e uma trajetória na defesa dos direitos humanos. A gente entende que o nome dele contempla uma diversidade de causos e segmentos. É importante frisar que a candidatura dele não é contra, não é enfrentamento à bancada evangélica ou aos evangélicos, na verdade é a perspectiva de contemplar todo mundo nessa comissão que abarca um conjunto de causas e nós do MTST, cuja base é evangélica, mas a gente reconhece que o evangélico também luta por outras causas", explicou, Rudrigo Rafael, coordenador do MTST.
Um dos poucos vereadores presentes na Casa, Carlos Gueiros recebeu uma cópia da carta aberta. O parlamentar afirmou que quem decide sobre as comissões é o presidente e que a presidência das comissões "faz parte do acordo para a eleição da Mesa".
"Se negocia na hora da eleição da Mesa, se negocia todo o acordo. Fulano é presidente, o outro é primeiro vice. O outro é secretário, o outro vai ser presidente da comissão tal ou qual. A oposição não quis fazer uma chapa única, ela fez a chapa dela. Então, ela não entrou no acordo da distribuição porque ela resolveu fazer uma chapa de oposição por mais que nós tenhamos pedido, eu, por exemplo, era candidato e fiz a composição para que a gente pudesse separar a Câmara do Poder Executivo. Porque a oposição que existe aqui é ao Poder Executivo e não a Casa. Então, se saíssemos num entendimento numa chapa, nós dávamos um entendimento que nós éramos uma unidade. Mas a oposição quis também sair como oposição na Câmara. Mas, de qualquer forma, não é a gente que opina. Quem decide é o presidente para cumprir compromissos. Então, eu acho que é intempestivo o que estão fazendo agora", explicou.



