Frente Parlamentar em Defesa da Família é renovada sob protesto de Dani Portela
Deputada do PSOL criticou viés conservador do grupo
Durante a sessão desta segunda-feira (24), a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) aprovou a renovação da Frente Parlamentar em Defesa da Família, da Vida e de Políticas sobre Drogas, iniciativa liderada pelo deputado Pastor Cleiton Collins (PP).
O requerimento, de número 3070/2025, recebeu apoio majoritário, mas não sem críticas contundentes, principalmente da deputada Dani Portela (PSOL), que votou contra a criação do colegiado.
"É uma frente criada por bolsonaristas para incidir em pautas bolsonaristas. Sabemos que não são todas as famílias que serão defendidas por essa frente, assim como sabemos que esse discurso de defesa da vida diz respeito a impedir a liberdade nos direitos reprodutivos das mulheres e pessoas que gestam", lamentou Dani Portela durante a sessão.
A Frente Parlamentar, que já teve atuação destacada na legislatura anterior, foca em apoiar e promover Comunidades Terapêuticas como centros de reabilitação para usuários de drogas, uma abordagem criticada pela deputada por seu potencial de violação aos direitos humanos.
“A noção de políticas de drogas da direita pouco se importa de verdade com os usuários, prega o proibicionismo e vulnerabiliza. Existe um sistema de comunidades terapêuticas criado para alienar através do proselitismo religioso e lucrar através dessas vidas, já que essas comunidades recebem investimentos do poder público. São várias as denúncias de maus tratos, espaços precários e má remuneração. É preciso pensar política de drogas como uma questão de saúde, investir em redução de danos, para melhor acolher e verdadeiramente proporcionar cidadania e qualidade de vida a essas pessoas”, defendeu Dani Portela.
O deputado Cleiton Collins, ao defender a iniciativa, destacou a necessidade urgente de combate ao aumento do consumo de drogas, especialmente do crack, que ele descreve como uma "verdadeira pandemia".
Segundo Collins, a Frente irá discutir não apenas a atuação das comunidades terapêuticas, mas também estratégias de redução de danos.
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Na justificativa do requerimento estão listados como membros efetivos da frente os deputados Abimael Santos (PL), Adalto Santos (PP), Joel da Harpa (PL), Kaio Maniçoba (PP), Mario Ricardo (Republicanos), Pastor Júnior Tércio (PP), Renato Antunes (PL), Romero Sales Filho (União) e William Brigido (Republicanos).



