Seg, 08 de Dezembro

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IAP debate impacto da IA no direito em almoço-debate com Silvio Meira e Alexandre Pimentel

Instituto tem se destacado pela realização de eventos que promovem conhecimento e qualificação

Almoço IAP sobre inovação e inteligência artificial.Almoço IAP sobre inovação e inteligência artificial. - Foto: Rafael Melo/Folha de Pernambuco

Advogados e figuras do meio jurídico e tecnológico se reuniram na tarde desta quinta-feira (20) em um almoço-debate para discutir os impactos da inteligência artificial no meio jurídico.

O evento foi organizado pelo Instituto dos Advogados e Pernambuco (IAP) e contou com palestras do cientista-chefe da TDS Company, professor emérito da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e um dos fundadores do Porto Digital, Silvio Meira, e do Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco (TJPE), Alexandre Pimentel.

Almoço IAP sobre inovação e inteligência artificialDebate reuniu figuras importantes do meio jurídico.Foto: Rafael Melo/Folha de Pernambuco

A presidente do IAP, Érika Ferraz, destacou a relevância do tema e a importância da preparação dos profissionais do direito para as mudanças que a inteligência artificial está trazendo.

“A inteligência artificial já está impactando o direito de forma irreversível. Precisamos nos preparar para as mudanças que estão por vir e garantir que elas ocorram dentro de princípios éticos e jurídicos bem definidos”, afirmou.

O evento foi coordenado pelo advogado Sérgio Longo, responsável pela Comissão de Direito Digital do IAP. O instituto tem se destacado pela realização de eventos que promovem conhecimento e qualificação para advogados e juristas.

"O IAP vem firmando convênios importantes para a promoção de debates que favoreçam o desenvolvimento da advocacia no Estado", reforçou Érika Ferraz.

 

A presidente do IAP, que também é a primeira mulher a ocupar o cargo nos 173 anos de história do instituto, enfatizou ainda, a importância de trazer discussões sobre tecnologia para a advocacia.

Em sua fala, Silvio Meira abordou a inteligência artificial como uma tecnologia de propósito geral e seus impactos no Direito.

“A inteligência artificial é uma tecnologia de propósito geral. Como toda tecnologia desse tipo, como a eletricidade, por exemplo, você não sabe onde ela para, só onde começa. Quem começou a distribuir energia elétrica não fazia ideia de que ela seria usada para carregar smartphones. No caso do Direito, 40% de todas as funções de um advogado já podem ser exercidas hoje por um modelo linguístico como o ChatGPT”, disse Meira.

Ele também destacou que o impacto da IA nos próximos 10 a 15 anos pode equivaler a duas vezes o PIB do Brasil por ano, gerando transformações profundas na economia e na sociedade.

O desembargador Alexandre Pimentel, que integra a Comissão de Inteligência Artificial do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), relatou sua experiência com o uso da IA no Judiciário e o impacto das novas regulamentações sobre o tema.

“Falei um pouco da minha experiência na comissão do CNJ, que redigiu uma regulamentação aprovada pelo plenário do conselho. Essa norma permitirá o uso da inteligência artificial pública e privada por juízes, servidores e tribunais, com regras como supervisão, transparência e testes de viés”, explicou Pimentel.

Ele também mencionou sua experiência ao utilizar ferramentas tecnológicas para otimizar a gestão de processos em seu gabinete, ressaltando que a IA, quando integrada a um sistema eficiente de organização, pode trazer ganhos significativos na celeridade processual.

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