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João Campos defende gestão integrada da Região Metropolitana do Recife em seminário

O prefeito criticou a ausência de uma estrutura que reúna os municípios da RMR

O prefeito do Recife, João Campos, foi o convidado da 14ª edição do seminário Pernambuco em PerspectivaO prefeito do Recife, João Campos, foi o convidado da 14ª edição do seminário Pernambuco em Perspectiva - Foto: Felipe Ribeiro/Folha de Pernambuco

A 14ª edição do seminário Pernambuco em Perspectiva, realizada no auditório da Torre 5 do empresarial RioMar, na noite desta terça-feira (7), teve como palestrante o prefeito do Recife, João Campos (PSB). O gestor foi convidado pela Revista Algo Mais e Rede Gestão, organizadores do encontro, para discutir o papel da capital e da Região Metropolitana do Recife no futuro de Pernambuco. 

O sócio-fundador da TGI Consultoria, Francisco Cunha, reforçou que o modelo de desenvolvimento econômico industrial-portuário, desenhado para Pernambuco ainda no século passado, se esgotou. Ele justificou o convite ao prefeito como tendo surgido da necessidade de enfrentar as ameaças e identificar as oportunidades para a construção de um novo caminho para a economia.

“A experiência que o prefeito tem nesses dois mandatos à frente da Prefeitura do Recife é especializada na problemática do desenvolvimento de Pernambuco. Então o convite foi para que ele pudesse falar tanto sobre a importância do Recife no desenvolvimento do Estado quanto da Região Metropolitana também, já que Recife é a principal cidade. Com isso, a gente dá continuidade ao projeto Pernambuco em Perspectiva, ouvindo um especialista em economias importantes do Estado”, destacou Cunha.

Educação
No evento, João Campos falou livremente sobre temas que perpassam a gestão das cidades da Região Metropolitana do Recife (RMR). Ao falar sobre a educação, o prefeito ressaltou o papel histórico do Recife na formação de capital humano, estratégia que continua sendo o foco da atual gestão com programas voltados para a capacitação profissional em tecnologia.

Campos lembrou o salto nas vagas de creches de pouco mais de 6 mil para 13 mil alcançado durante o seu primeiro mandato no Recife e explicou estratégias utilizadas para mapear os locais onde havia maior demanda por esses equipamentos educacionais na cidade. Ele destacou a necessidade de criar políticas estruturadas para a área. 

“A gente investe em capital humano, investe nas pessoas e a gente precisa continuar a fazer isso. E essa, na minha opinião, tem que ser a principal agenda estruturada de longo prazo da nossa cidade e das cidades metropolitanas. De forma muito direta, é preciso endereçar os problemas que só a educação pode resolver”, declarou o socialista. 

Governança
Ao falar sobre a Região Metropolitana, o prefeito usou como referência outras grandes capitais nordestinas, como Salvador e Fortaleza, que abrigam cerca de 80% da população da Região Metropolitana na qual estão inseridas, enquanto o Recife comporta 40% da população da RMR. João Campos usou o dado para reforçar a necessidade de uma gestão metropolitana estruturada para fazer frente às demandas. 

“Você tem que ter a capacidade de juntar a parte de planejamento com a capacidade operacional de fazer. Então, para você empoderar uma instituição, ela tem que ter uma força de decidir, de fazer, de autorizar, de negar no curto prazo, para poder ter a capacidade de chamar numa mesa e poder estruturar a longo prazo. É fato que falta uma estrutura que faça isso na Região Metropolitana do Recife e que possa dar um novo tamanho de planejamento e de construção dessas soluções dos problemas do dia a dia na nossa Região Metropolitana”, enfatizou. 

Resiliência 
A pauta climática também foi um dos assuntos abordados pelo prefeito no encontro. Destacando o programa ProMorar, ele reforçou que a gestão recifense está investindo R$ 1,5 bilhão na macrodrenagem da cidade e em outras iniciativas de resiliência às mudanças climáticas. Para João, é preciso haver investimento conjunto dos municípios que compõem a RMR de soluções para os efeitos da crise climática, como a modelagem de obras de macrodrenagem das cidades.

“A agenda da mudança climática não vai acontecer um dia, não. Ela já é uma agenda mista do passado e do presente. Ela já está cobrando essa conta. E a gente precisa estruturar isso em toda a área metropolitana. Não adianta só Recife estar fazendo uma agenda de longo prazo disso, se a gente não tiver toda a Região Metropolitana também fazendo”, pontuou. 

Tecnologia
Com o maior parque tecnológico do país, o Recife tem se destacado também na produção de soluções digitais para demandas governamentais. João Campos salientou que, por ter investido no desenvolvimento de tecnologias desse tipo, o Recife recebe royalties pelo uso dessas soluções por outras cidades. Diante disso, o gestor voltou a reforçar a necessidade de um espaço de diálogo entre os municípios metropolitanos para o compartilhamento dessas soluções.

“Não adianta só a gente avançar nesse sentido se não tem um espaço para compartilhar isso com as outras cidades. Precisa ter uma instância, literalmente um espaço físico para a pessoa saber onde é a porta de entrar, de bater, de conversar, de decidir, qual é a mesa de reunião, quem é que cuida disso, quem é o chefe disso”, defendeu o prefeito.

Transnordestina
Ao defender a implantação do trecho da ferrovia Transnordestina em Pernambuco, o prefeito falou sobre a necessidade de haver um debate político mais intenso em torno do tema, para garantir que a obra seja entregue.

“A chama da política tem que estar acesa, tem que ficar o tempo todo quente para garantir que isso saia, porque isso não é um ponto de governo específico. Isso é uma coisa importante para o estado, jamais será feita dentro de um governo. Isso vai ser entregue e tem que ser feito porque é estruturante para o estado”, defendeu Campos.

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